Carlos Fernando Mazza, o Mazzinha, chegou a ser presidente da escola de samba Não Agite com apenas 17 anos, em 1965. Isso depois de muitos folguedos nas ruas e salões. Produtor de música e televisão, agora afastado da lida carnavalesca, o irmão mais novo de Luiz Geraldo Mazza foi seguramente o melhor mestre-sala que o Rei Momo já conheceu em Curitiba. Em 1976, quando morou no Rio de Janeiro, tinha cadeira cativa na Mangueira e merecia respeito até do famoso Delegado, mestre-sala da Verde e Rosa que tirava o chapéu para este coxa-branca que tem o Alto da Glória como quintal.
– Você é a favor ou contra a volta do Carnaval para a Marechal Deodoro?
Mazzinha: Sempre a favor. Ali era o lugar de convergência de todas as pessoas da cidade. De qualquer bairro, a alegria passava por ali e o batuque dos bambas contagiava a todos, cada um do seu jeito, para depois partir para clube.
– A que se deve o atual sucesso dos blocos e bandas carnavalescas em todo o Brasil?
Mazzinha: O Carnaval não está só no Sambódromo, está onde o povo está. O melhor do Carnaval carioca, por exemplo, poucos conhecem porque não passa na tevê. Está no meio do povo, como em qualquer outro lugar do Brasil.
– Seria essa uma tendência também em Curitiba, em curto prazo os blocos devem podem tomar o lugar das escolas de samba?
Mazzinha: Os tradicionais desfiles sempre serão atrativos para os turistas, mesmo já superados pelo Carnaval de rua.
– Por ser restritivos, os desfiles das escolas de samba não estariam afugentando o povo da avenida?
Mazzinha : As escolas não afugentam, elas fazem a exaltação do samba, o que é maravilhoso. No entanto, é preciso reconhecer, por falta de informação muita gente tem medo de frequentar os ensaios. Pois é na quadra de ensaios que a escola se fortalece.
– Qual o futuro para o Carnaval de Curitiba? Se é que tem futuro.
Mazzinha: Carnaval em Curitiba tem passado e tem futuro. Embora os mal humorados desconheçam, nossas pequenas escolas são de uma singeleza admirável. Já vi muitos estrangeiros se divertindo em nossas quadras.
– Qual foi o melhor Carnaval de que você já participou em Curitiba?
Mazzinha: O melhor foram todos, desde meus seis anos de idade. Minha mãe sempre me dizia que o Carnaval está no coração e na alma da gente. Para sempre.