Com a garra e a história de Londrina

Domingos Pellegrini veio trazer o céu azul para Curitiba, junto com a esposa Dalva e a primorosa reedição de “Terra Vermelha”. Na noite dessa sexta-feira o Museu Oscar Niemeyer recebeu os leitores de Pellegrini para os autógrafos na sexta edição de “Terra Vermelha”, o grande romance da literatura paranaense.

– Lançada em 1998, a saga da colonização de Londrina continua mais viva do que nunca?

Pellegrini – Quando o romance “Terra Vermelha” saiu em primeira edição, em 1998, já tinha história: escrito com Bolsa Vitae em 1993, foi reescrito cinco vezes, uma vez por ano, até ser publicado. Desde então, “Terra Vermelha” passou por duas editoras e cinco edições, graças a leitores apaixonados que recomendam o livro e insistem em encomendar nas livrarias, onde muitas vezes a resposta à procura é “acabou e não temos previsão”. Mas o livro parece ter a garra de seus personagens, que lutam pelo que acreditam.

– O que leva o teu romance a ter tantos admiradores por esse mundo afora?

Pellegrini: Escrevi “Terra Vermelha” visando a identificação do leitor, de qualquer parte do mundo, com os valores ancestrais em “ade”: amizade, verdade, solidariedade, liberdade, honestidade, qualidade, produtividade, criatividade, os esteios fundamentais de qualquer civilização que se pretenda próspera e duradoura. 

– O que o escritor nos reserva de novo?

Pellegrini: Estou sempre escrevendo, tenho dois romances inéditos, descansando nas gavetas do computador e estou escrevendo um terceiro. Agora vou relançar meus contos selecionados, agrupados em “Minha Meninada”, contos sobre meninos e meninas, e “História da Terra”, os contos de trabalho e luta, que na prática são sinônimos. Quero ajudar a entropia, o desgaste natural de tudo, selecionando e iluminando o que tiver escrito de melhor, já que cheguei à idade de conseguir olhar para trás com isenção e serenidade.

(As respostas foram baseadas na crônica de Pellegrini e na entrevista para a jornalista Marleth Silva, no Caderno G da Gazeta do Povo)