Casamento histórico

O jornalista Aroldo Murá, que acaba de nos agraciar com os seus 71 anos de vida bem vivida, não esmorece na profissão. Vendo a cidade com os olhos de adolescente curioso, é o único a acompanhar atentamente as tratativas para a fusão do Clube Concórdia com o Clube Curitibano.

Agora assinando coluna no jornal Indústria & Comércio, com larga leitura também na internet, o professor (como é carinhosamente chamado) nos informa que o casamento entre duas das mais tradicionais sociedades curitibanas pode não acontecer. No começo das conversações para fusão, não eram poucos os diretores dos dois clubes que encaravam a situação como extremamente favorável à junção. Hoje, segundo o relato de dirigentes das duas sociedades ao jornalista, apenas “mais ou menos” a metade dos sócios do Concórdia “talvez” aceite a grande alteração, ou seja, a extinção do clube germânico.

Aroldo observa ainda a grande influência de sólidos líderes do Concórdia para frear a situação: “Mas um dos fatores que mais pesou no esfriamento agora observado foi o potencial construtivo. Quer dizer: as enormes áreas do Concórdia, na Carlos Cavalcanti e na Rua Jacarezinho dão, por lei, o direito de o proprietário (o clube) vender essa possibilidade para terceiros, que ganhariam licença para construir em região em que projetos têm limitações para erguer, por exemplos, certo número a mais de andares”.

Como o quadro associativo do Concórdia não passaria de 500 pessoas, não tem sido difícil uma certa pregação contra a fusão. No entanto, no outro lado da moeda tem a questão mensalidade, segundo o professor: “A direção do Concórdia acha que o seu pessoal deveria pagar, caso a fusão se consume, um valor mensal que não ultrapassaria os R$ 110,00, com o que o pessoal do Curitibano não concorda”.

Se acontecer o casamento, quem vai sair ganhando com o belo enxoval é a cidade. Nos planos do clube fundado pelo Barão do Cerro Azul, a majestosa sede central do Concórdia passaria a centralizar todo o acervo de artes e eventos culturais do Clube Curitibano.