Casa, comida e alma lavada

Para fazer um “esquenta” da festa de 320 anos desta “ridente paisagem” (como diz o Hino de Curitiba), a Gazeta do Povo nos revelou na edição deste domingo “A cidade que o curitibano… desconhece”. Conta a repórter Rosana Félix que algumas atrações turísticas da capital, como a Torre Panorâmica, são pouco visitadas pelos moradores.

Assim como a Linha Turismo, sonho ao alcance das mãos e do bolso, mas ainda não realizado por muitos curitibanos. Fora do roteiro e propaganda oficial, são muitos são os locais de interesse ainda desconhecidos pela população. Dos lugares mais ou menos visitados de Curitiba, quais seriam as sete maravilhas de cima para baixo e de baixo para cima?

Segundo o placar da Gazeta do Povo, as maravilhas que muitos curitibanos ainda desconhecem são as seguintes: 1- Torre Panorâmica (13%); 2 – Ópera de Arame (8%); 3 – MON (7%); Unilivre (5%); Zoológico (5%); Parque dos Tropeiros (3%); Bosque do Alemão (3%) e os demais locais fora de foco somam 49% dos entrevistados.

Dos lugares mais conhecidos e visitados pelos curitibanos , as Sete Maravilhas de Curitiba são as seguinte: 1- Rua das Flores (92%); 2 – Jardim Botânico (91%); 3 – Parque Barigui (91%); 4 – Largo da Ordem (90%); 5 – Passeio Público (90%); 6 – Centro Cívico (87%); 7 – Zoológico (87%).

Na sequência dos favoritos, temos outras paisagens que certamente mereceriam estar entre as Sete Maravilhas – Parque Tanguá (82%); Santa Felicidade (81%); Ópera de Arame (78%); Pedreira Paulo Leminski (70%) – mas, como diz a sabedoria popular, “questão de gosto não se discute”.

De Norte a Sul, de Leste a Oeste, passando pelo Centro, por onde olharmos a “pérola deste planalto” – como também diz o hino de Ciro Silva e Bento Mossurunga -, vislumbraremos paisagens criadas sem o alvará de Deus. Olhando o panorama da Sorbonne do Juvevê, podemos nos ufanar dessa metrópole desenhada por arquitetos, construída por vias administrativas e assinadas pelo prefeito. Se as Cataratas fossem localizadas a montante do Rio Iguaçu, e não a jusante, aquela maravilha do planeta teria sido obra de algum arquiteto. O mesmo se pode dizer de Vila Velha, nos Campos Gerais: em Curitiba aquela formação de arenito seria feita de acrílico roxo.

Como se sabe, nove entre dez curitibanos são urbanistas. Especialistas que até hoje não conseguiram entender porque, apesar de tantas outras opções, 44,4% dos curitibanos preferem o conforto do lar, 33,4% o recolhimento da igreja e 26,6% as mesas do restaurante.

Em suma: curitibano gosta mesmo é de casa, comida e alma lavada.