Pelo visto, tudo que passa pelas mãos da presidente Dilma leva o carimbo do ministro (do que mesmo?) Aloizio Mercadante. Páft! Uma carimbada aqui, uma carimbada ali, outra carimbada na saia da Gleisi Hoffmann, mais uma carimbada na testa na Idelli Salvatti e não sai nenhum papel da sala da presidente sem o despacho do Mercadante.

continua após a publicidade

Pelas contas do jornalista Elio Gaspari,na condição de manda chuva e articulador de iniciativas da doutora Dilma, o comissário Aloizio Mercadante patrocinou três lances de gênio. A saber: 1) A convocação de uma Constituinte exclusiva para fazer uma reforma política. Durou 24 horas. 2) A convocação de um plebiscito para que o eleitorado definisse os marcos da reforma. Durou duas semanas. 3) Com o copatrocínio do ministro Alexandre Padilha, da Saúde, propôs a reorganização do ensino médico, aumentando-o de seis para oito anos.

“Carimbo” era o apelido de um especialista em falcatruas (hoje seria chamado de lobista) que no Paraná frequentou as sombras do poder desde os tempos do governador Maneco Facão. Quando mudava o governo, o camaleão só mudava o paletó para abraçar os novos inquilinos do Palácio Iguaçu. E assim, mal sabendo escrever o próprio nome, o ladino deixou até para os bisnetos uma fortuna inexplicável.

Tão inexplicável quanto o apelido: “Carimbo”.

continua após a publicidade

“Não sai uma obra da Secretaria dos Transportes sem o carimbo dele!”, confidenciavam alguns. Outros cochichavam que ele tinha um cartório na Secretaria da Fazenda: “Se ele não botar o carimbo, ninguém recebe”. “O Diário Oficial não sai sem o carimbo do homem!”, suspeitavam.  

O senhor Carimbo era de fato inexplicavelmente poderoso. Sempre cheirando a perfume Lancaster, de longe era um asqueroso. “Asqueroso e pegajoso, mas com muito dinheiro vivo no bolso”, dizia-se na Casa da Albertina, um rendez-vous que ficava na Westphalen, a meia quadra da praça Rui Barbosa, muito frequentada por jornalistas. E foi graças às raparigas da Albertina que a origem do apelido veio à luz do dia: desconhecia papel higiênico. Quando sentava na cama, deixava sua marca registrada.

continua após a publicidade

Aloizio Mercadante é do mesmo estilo: onde passa, deixa o carimbo.