Maurício Fruet, ex-prefeito de Curitiba, foi um dos políticos mais admiráveis do Paraná. Hoje ele faria 74 anos e 50 anos de formatura de Direito na UFPR. De uma seriedade extrema quando se tratava de lidar com a coisa pública, fora disso era um perito na arte de cultivar amigos e distribuir alegria.
Cesta vez ele participava de jantar em Santa Felicidade, quando o bispo Dom Pedro Fedalto lhe perguntou:
– Com tantos encontros políticos, você não se sente mal de tanto comer e beber?
– Quando volto para casa, faço uma oração antes de dormir..
– Para quem o senhor reza?
– São Risal!
Reuniões festivas eram uma especialidade de Maurício Fruet, sempre cercado de bons amigos, boa bebida e uma mesa longa e farta. Participei de alguns daqueles saraus intermináveis. Muitos eram organizados em cima da hora e num deles fui convocado pelo telefone:
– Vou te apanhar no jornal aí pelas sete da noite para uma buchada na garagem de um velho amigo.
Quando chegamos, mais parecia uma festa de casamento. Gaita e viola, um polaco de cada colônia, o panelão da buchada exalava os temperos ao longe. Não importava o endereço do interminável sarau, Maurício Fruet se comportava como se fosse o anfitrião. Um perfeito anfitrião, diga-se. Enquanto atravessávamos aquela garagem feita salão de festas, Maurício ia me apresentando, um por um, aos convivas:
– Este é Dante Mendonça, prefeito de São Francisco do Sul, em Santa Catarina.
De princípio fiquei um tanto constrangido, mas não perdi a pose e ?assumi? a prefeitura de São Francisco do Sul.
– Prefeito, aceita uma purinha de Morretes?
E assim foi o interminável sarau, com o prefeito da bela São Chico sendo saudado em seguidos brindes.
Para comemorar o aniversário do pai de Gustavo Fruet, será lançada hoje às 19 horas, na Universidade Federal do Paraná (Praça Santos Andrede), uma coletânea de charges e caricaturas que conta um pouco da carreira do deputado federal que honrou o nosso voto na Constituição de 1988. Assinam o livro Tiago Recchia, Noviski, Taco X, Rubens Gennaro Douglas Meyer, Simon Taylor, os falecidos Xixo Fernandes e Claudio Seto e este cronista, que muito caricaturou o nosso inesquecível Maurício.