Filho do lendário Leonardo Werzbitzki (o Onha), fundador do Restaurante Embaixador e criador da até hoje insuperável Feijoada do Onha, o publicitário João José João (Jotajota) Werzbitzki, comentou no seu sítio na internet (/www.blogdojj.com.br) minha crônica sobre a evolução dos restaurantes de Curitiba. “Quem te viu e quem te vê”, Jotajota também faz um “virado” com o que sobrou na memória e relembra o cardápio do Embaixador, na Riachuelo, 367.

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Desfia o filho da Janina Werzbitzki: “De 1950 a 1972, foi lá que nasci e vivi minha infância, deliciando-me com a feijoada e os pratos do dia, “Virado à paulista” nas segundas, “Rabada” nas terças, “Mocotó” nas quintas e “Dobradinha” nas sextas, além da “Costela ao espeto” das quintas à noite e dos filés diários (simples, acebolado e bifado – este com um molho simples e incrível, cuja receita é segredo de família…por enquanto). Aos domingos, almoçávamos fora, meu pai, minha mãe, meus irmãos Roberto e Jorge, e eu”.

Seguindo a memória pelo sabor, encontrei entre os guardados uma rara crônica (de 1992) do falecido colunista social Dino Almeida sobre a inauguração da Confeitaria Iguaçu da Praça Osório, do casal Dib e Leopoldo Mehl. Localizada na sobreloja do então novíssimo edifício construído na esquina da Praça Osório com a Avenida Luiz Xavier (a Boca Maldita), o bispo dom Albano Cavallin procedeu a bênção da casa que impressionava pelo imenso mural de entrada com a pintura das Cataratas do Iguaçu. Da noite de 12 de fevereiro de 1958, Dino Almeida informa:

“Eles já tinham a experiência da Stuart, inaugurada em 10 de abril de 1940, que seu Leopoldo adquirira em sociedade com seu irmão Afonso Mehl. Mais tarde, outro membro da família, Ewaldo Mehl, adquiria a Confeitaria Cometa. (…) Para construir a Confeitaria Iguaçu, em 1958, Leopoldo Mehl contou com a ajuda da cervejaria Brahma, que lhe emprestou o dinheiro necessário para essa grande empreitada de CR$ 30 mil, na época uma fortuna. Quando o casal resolveu pagar o empréstimo, a cervejaria, na época dirigida aqui no Paraná pelo senhor Vieira, não aceitou o dinheiro. Tal era o movimento, o retorno, que a Iguaçu dava à Brahma”.

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Dino Almeida recordava em 1992, numa publicação em forma de garrafa para comemorar os 50 anos da Brahma em Curitiba, as causas do sucesso da elegante Confeitaria Iguaçu: as tortas do Bruno, confeiteiro da casa, a inigualável equipe de garçons formada por Gabriel, Altevir, Ivo Furtado, Renato, Zico, Norberto e o copeiro Aristides.

Para aqueles que acompanham Curitiba pelos sentidos, a Confeitaria Iguaçu é um bom bocado da nossa história. Especialmente o “Peru à Califórnia” da dona Dib. Inesquecível.

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