Professor Doutor Bazinga é historiador e sociólogo. Formado em Antonina pela Universidade Federal da Ponta da Pita, fez pós-graduação em Porto de Cima e doutorado no Centro de Estudos Avançados do Mosquitinho, em Paranaguá, onde sua tese sobre a origem dos apelidos de Paranaguá lhe rendeu nota máxima, com louvor.

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Depois do jornalista Luiz Geraldo Mazza, podemos afirmar com absoluta segurança que o Professor Doutor Bazinga é o maior conhecedor das falcatruas do Paraná, começando pelo berço da história paranaense que é Paranaguá.

Pouco conhecido do grande público paranaense, porém justamente cultuado nas principais universidades do mundo – numa prova de que o Paraná não sabe degustar de seus melhores e mais refinados biscoitos -, o mais surpreendente no currículo deste intelectual é o fato de ser dele a autoria de inúmeras frases já consagradas como de autoria anônima. O Professor Doutor Bazinga costuma abrir suas aulas e palestras com a seguinte máxima: “Hei de vencer. Mesmo sendo um professor”, e eis alguns exemplos de aforismos da lavra do modestíssimo intelectual:

– O último a sair rouba a luz.

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– Desde que organizado, o crime compensa.

– Não importa o tamanho da crise, o brasileiro sempre mostrará os dentes (ou as gengivas).

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– Assim tropeça a humanidade.

– Quem quiser ficar mal informado, converse com um jornalista.

– Deus não está morto. Está vivo e trabalhando num projeto menos ambicioso.

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Para nos conceder uma rápida entrevista acerca das falcatruas que vieram à tona no Porto de Paranaguá, fomos achar o Professor Doutor Bazinga tarrafeando na Ilha das Peças, paraíso da Baía de Paranaguá onde ele tem residência de veraneio.

Pergunta: Para usar a linguagem do litoral, uma pergunta que todos fazem: com a prisão de um bagre e mais sete bagrinhos, se estes autores da falcatrua precisam pagar pelo que fizeram no Porto de Paranaguá, não seria justo que os tubarões também fossem chamados a se explicar?

Bazinga: Como eu sempre disse, “o juiz de futebol é o único ladrão que rouba na presença de milhares de pessoas e ainda vai para casa protegido pela polícia”. Ora bolas! É exatamente isso que os tubarões do porto esperam que aconteça com os bagres e bagrinhos de Paranaguá.

Pergunta: O ex-governador Roberto Requião, que durante o período das falcatruas era o grande timoneiro, saiu em defesa do mano com uma mensagem pelo Twitter: “Sou a favor da mais ampla investigação e tenho confiança no comportamento do Eduardo. A denúncia foi dele”.

Bazinga: Certas pessoas nunca perdem a oportunidade de perder uma oportunidade. Se alguém não fica confuso com o que o Requião diz, é porque não presta atenção. E os mais confusos de todos são os pamonhas da Polícia Federal, que por engano vasculharam as residências de Eduardo Requião e Luiz Mussi. Erraram de endereço e foram atrás de um fuzil AR-15 no apartamento do mano Eduardo no bairro Batel.

Pergunta: O depoimento do ex-superintendente Daniel Lúcio, que estava marcado para quinta-feira no Rio de Janeiro, onde foi preso, foi adiado para hoje por causa do feriado de São Sebastião. O suspeito deve alegar que, assim como São Sebastião, está sendo o mártir do caso?

Bazinga: Citados ou não, todos os envolvidos na falcatrua são os tais “santinhos do pau oco”. Não são as pessoas que estão atrás das grades que deviam nos preocupar, mas as que não estão.

Pergunta: Entre todos os envolvidos nessa falcatrua de alto bordo, existe algum inocente?

Bazinga: Segundo a PF, em um dos casos houve um pagamento de propina de R$ 440 mil, utilizados na compra de um veleiro. Lamentável, estragaram com o verão de algum inocente navegante!