Abnegados alunos, professores e funcionários de diversas instituições de ensino superior de Curitiba formaram um grupo de estudos em mobilidade urbana com o objetivo de propor uma malha de ciclovias que interligue todas as universidades.

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A proposta é ótima. Tão boa que, como todas as ideias simples e que dispensam empreiteiros de grande porte, terá uma gaveta especial no “Departamento de Obras Factíveis Porém Inexequíveis”. No atual deserto de ideias, só é realizado o que a tecnocracia determina e conforme a burocracia concede. De resto, com honrosas exceções, deu um apagão geral na nossa tão propalada usina de criatividade. O sistema de transporte público é um exemplo da nossa capacidade inventiva, conforme repete o arquiteto Carlos Ceneviva: “Foi feito com pouco dinheiro e muita criatividade”.

Ousadia, hoje, é uma palavra só permitida aos poetas. Mesmo assim, advertem, quando usada com moderação. Com tantos erros históricos já cometidos em nome do “bom senso”, incrível, ainda temos medo de errar. Uma boa ideia não custa caro, acaba de demonstrar a prefeitura de Porto Alegre, ao botar na prática uma proposta que desde o século passado estamos propondo aqui na coluna: a Linha Interbares.

Inaugurada na sexta-feira da semana passada, os usuários do “Balada segura” aprovaram o itinerário de 45 minutos que agora liga bairros boêmios de Porto Alegre. Além de opção para retornar da festa em segurança, os gaúchos encontraram outra utilidade para a Linha Interbares de Porto Alegre: conhecer novas pessoas, aproveitar o clima festivo e fazer novas amizades.

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Desde sempre os curitibanos costumam dizer que os gaúchos não entendem de três coisas: cavalo, churrasco e chimarrão. Em resposta, agora eles podem dizer que Curitiba, além do futebol, não é mais aquela nem mesmo no urbanismo.