Por não saber a hora de largar a corda, o vereador João Cláudio Derosso sofreu tantas fraturas que lembra o caso daquele operário português acidentado no trabalho. A companhia de seguros, estranhando tantas fraturas numa só pessoa, pediu explicações e a pendenga foi julgada no tribunal de Lisboa. O caso é verídico (não é piada de português) e a versão do operário é a seguinte: 

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Sou assentador de tijolos e no dia do acidente estava a trabalhar sozinho num telhado de um prédio de seis andares. Ao terminar meu trabalho, verifiquei que haviam sobrado 250 kg de tijolos. Em vez de levá-los à mão para baixo (o que seria uma asneira), decidi colocá-los dentro de um barril e, com ajuda de uma roldana, descê-los até o térreo.
Desci até o térreo, amarrei o barril com uma corda e subi para o sexto andar, de onde puxei o dito cujo para cima, colocando os tijolos no seu interior. Retornei em seguida para o térreo, desatei a corda e segurei-a com força para que os tijolos (250 kg) descessem lentamente.

 Surpreendentemente, por não ter largado a corda, senti-me violentamente alçado do chão, fui içado do chão a grande velocidade. Nas proximidades do terceiro andar dei de cara com o barril que vinha a descer. Ficam, pois, explicadas as fraturas do crânio e das clavículas.

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Continuei a subir a uma velocidade um pouco menor, somente parando quando os meus dedos ficaram entalados na roldana.
Felizmente consegui, apesar das fortes dores, agarrar a corda.
Simultaneamente, no entanto, o barril com os tijolos caiu ao chão, partindo seu fundo. Sem os tijolos, o barril pesava aproximadamente 25 kg. Como podem imaginar, comecei a cair vertiginosamente, agarrado à corda, sendo que, próximo ao terceiro andar, quem encontrei?

Ora pois, o barril vinha a subir. Ficam explicadas as fraturas dos tornozelos e as lacerações das pernas.

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Felizmente, com a redução da velocidade de minha descida, veio
minimizar os meus sofrimentos quando caí em cima dos tijolos embaixo, pois felizmente só fraturei três vértebras. No entanto, lamento informar que ainda houve agravamento do sinistro, pois quando me encontrava caído sobre os tijolos estava incapacitado de me levantar, porém pude finalmente soltar a corda. O problema é que o barril, que pesava mais do que a corda, desceu e caiu em cima de mim fraturando-me as pernas.

Esclareço que este relatório foi escrito por minha enfermeira, pois os meus dedos ainda guardam a forma da roldana.

Atenciosamente, Antônio Manuel Joaquim Soares de Coimbra.

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Moral da história do pedreiro e do Derosso: Tudo tem o seu momento certo. Inclusive para largar a corda.