Jaguara, o Animador de Velórios dos Campos Gerais, deu por concluída sua missão no CT do Caju, encarregado de fazer com que o time do Atlético entrasse em Campo no domingo com uma certa dose de “fair-play”. Afinal, como deixou bem claro aos rubronegros, não custaria entregar a faixa para os campeões alviverdes com o mínimo de bom humor. Mesmo que para tanto fosse preciso um sorriso amarelo.

continua após a publicidade

Como se viu, o Atlético manteve a fleuma até os 30 minutos do primeiro tempo. No entanto, quando o zagueiro Manoel perdeu a compostura, esqueceu as lições do Jaguara e acertou o rosto do atacante Bill com um cotovelaço, só restou ao Jaguara pedir o boné e erguer o charque.

Na saída da Arena, ainda no primeiro tempo, o Jaguara foi interpelado:

– Ainda é cedo, Jaguara! 

continua após a publicidade

– Não tem mais sabugo que tape. Secou a quirera e o Manoel, aquele animal de teta, fez um baita dum xaxixo! Agora volto para casa porque me esfriou as pacuera. Chutaram a gaiola das baitaca!

É bom deixar bem claro na freguesia que o Animador de Velórios dos Campos Gerais é absolutamente apartidário e no que concerne às chuteiras, só torce para a seleção brasileira. E olhe lá!

continua após a publicidade

Na manhã de segunda-feira ele foi fechar a conta na Arena da Baixada, mas infelizmente não deu para passar no caixa porque encontrou o Marcos Malucelli “atacado dos corno”, segundo o Jaguara.

– Imagina que o presidente mandou cortar o rabo de todos os cachorros da redondeza. Ele não quer por perto nenhuma manifestação de júbilo. Nem mesmo o Petraglia sacudindo o rabinho.

Depois de pegar as tralhas na Arena, o Jaguara foi chamado urgentemente para um servicinho no Juvevê. Um velho coxa-branca havia falecido durante a comemoração do bicampeonato e, para animar o velório, o Jaguara contou aos familiares e amigos enlutados o último pedido do coxa fanático:

– Quero ser enterrado como atleticano, com a camisa do Furacão!

O filho mais velho, abismado com o pedido absurdo, retrucou:

– Mas pode, meu pai? O senhor, sempre um coxa roxo, justamente hoje quer vestir aquela camisa maldita?

O velho então teria respondido:

– Eu sei! É que, assim, vai mais um atleticano pro saco! 

O Jaguara fez tanto sucesso nesse velório no Juvevê que chamaram até a diretoria do Coritiba ouvir as últimas piadas de português.

– Sabe por que em Portugal, ao contrário do México, não usam sombreros?

– Não, por quê?

– Porque em Lisboa eles ficam assombrados por qualquer coisa.

– E sabe por que os portugueses têm o hábito de levar um telescópio ao cinema?

– Não, por quê?

– Para ver melhor as estrelas!

 – Sabem qual a diferença entre o Joaquim e um pão?

– Não, qual é?

– É que o pão tem miolo!

– E agora conta aquela do Manoel! – pediram todos.