Ao vivo do Colosso da Baixada

Esta é Rádio Deseducativa do Paraná, transmitindo ao vivo da Arena da Baixada. Sob o alto patrocínio do BNDES, vamos dar início à nossa jornada esportiva chamando uma das poucas áreas desinterditas da cidade. Da Boca Maldita o nosso repórter Fulano Júnior entrevista um torcedor iraniano tomando cafezinho com os seus “brimos” da colônia árabe de Curitiba:

– Qual sua primeira impressão sobre Curitiba?

– O clima. Se agora está frio, imagina na Copa! Conhecendo a religiosidade do Brasil em relação ao futebol, parece que os curitibanos não seguem a mesma religião dos brasileiros.    

– E quanto à cidade?

– Excelente, incrível! Gostei muito da Familia Sfiha e do bolinho de quibe frito com um ovo dentro da rodoviária.

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– Da sala de imprensa da Polícia Militar chamamos o repórter Faro Fino! Fala, Faro Fino!

– Numa varredura de limpeza, foi encontrado numa das salas da Arena da baixada um pacote de maconha. O bagulho está sob custódia da PM, mas não foi encontrado o dono da mercadoria. Existem fortes suspeitas que o baseado seria usado para fins medicinais, antes da partida entre Irã e Nigéria. 

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Com os protocolos da Fifa encerrados, o árbitro equatoriano Carlos Veras vai dá à partida. Abrem-se as cortinas do Colosso da Baixada. Com o pontapé inicial do Presidente da Assembleia Legislativa, o governador Beto Richa atrasa a bola para Luciano Ducci. O ex-prefeito, por sua vez, retarda para Mario Celso Cunha. O ex-radialista procura para quem passar a bola e não acha. Tenta um chutão pra frente. É travado pelo goleador Mário Celso Petraglia. Depois de dar um balãozinho em Gustavo Fruet, Petraglia arranca pela direita, dribla espetacularmente o zagueiro Reginaldo Cordeiro e, na boca do gol, é desarmado por Jérôme Valcke com um chute do traseiro. A torcida pede pênalti. A mãe do juiz é lembrada e o goleador Petraglia é expulso de campo. Arnaldo César Coelho, pode uma violência dessas? Petraglia leva um pontapé na bunda do Jérôme Valcke e ainda é expulso!

– A regra é clara: ajoelhou tem que rezar. Quem não obedece o regulamento da Fifa é sumariamente expulso do jogo. E com políticos em campo, cada pênalti marcado ou não marcado deve ser estudado e repetido para que seja roubado sempre da mesma maneira.  

E segue o jogo. Gustavo Fruet cobra a falta e lança a bola na ponta esquerda para Paulo Bernardo. Aldo Rebelo recebe e toca para Gleisi Hoffman. A loura é rápida. Recebe na frente, dribla o Beto Richa na entrada da área e entrega de bandeja para Dilma Rousseff tocar para os fundos da rede. Inacreditável, ela chutou fora! Fora! Dilma perde o um gol feito, quando Lula já corria para o abraço. Zé Dirceu, atrás do alambrado, solta um rojão no meio do campo. A polícia corre para prender o infrator. O público vaia a goleadora Dilma. Uma vergonha, torcida brasileira! Depois chutar pra fora com o gol vazio, sem a mínima educação a galera manda a goleadora tomar naquele lugar! Que barbaridade!

Batido o tiro de meta, rola a bola. Beto Richa lança Aécio Neves nas costas de Dilma Roussef. Zé Serra recebe na esquerda e cruza na direita para Álvaro Dias. Álvaro é liso de bola. De letra lança Beto Richa no vazio da defesa adversária. A torcida pede impedimento, mas Richa solta um petardo à queima roupa… e a pelota bate na trave! Os tucanos perdem um gol feito na Arena da Baixada.

Paulo Bernardo corre pra cima do juiz. Gleisi Hoffmann recebe o cartão amarelo. A confusão está formada. Entra em campo o Tribunal de Contas para passar a régua na jogada. Beto Richa estava ou não estava impedido, Arnaldo?

A regra é clara: quando se mistura política com futebol, vale tudo. Se uma jogada funciona, é porque algo andava mal. Se alguém sabe o que está fazendo, desista: procure alguém que faça de maneira confusa.

Zero a zero, o juiz apita e está encerrada a pelada. Uma pelada padrão Fifa, para Jérôme Valcke nenhum botar defeito!