No Dia do Amigo, dois velhos amigos militantes petistas se encontram num boteco e travam o seguinte diálogo:

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– Salve!

– Como é que vai?

– Amigo, há quanto tempo!

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– Um ano, ou mais

– Posso sentar um pouco?

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– Faça o favor

– A vida é um dilema

– Nem sempre vale a pena

– Pô!

– O que é que há?

– O Lula acabou comigo

– Meu Deus, por quê?

– Nem Deus sabe o motivo

– Deus é bom

– Mas não foi bom pra mim

– Todo amor um dia chega ao fim

– Triste

– É sempre assim

– Eu desejava um trago

– Garçom, mais dois

– Não sei quando lhe pago

– Se vê depois

– Estou desempregado

– Você está mais velho

– É

– Vida ruim

– Você está bem disposto

– Também sofri

– Mas não se vê no rosto

– Pode ser

– Você foi mais feliz

–Com a Dilma escapei por um triz

– Pois é

– Tudo bem

– Pra frente é que se anda

– Você se lembra da Gleisi?

Lembro

– Lhe apresentei

– Minha memória é fogo

– E o l´argent?

– Defendo algum no sindicato

– E amanhã?

– Que bom se eu morresse

– Pra que, rapaz?

– Talvez Lula sofresse

– Vá atrás

– Na morte a gente esquece

– Mas com os companheiros a gente fica em paz

– Adeus

– Toma mais um

– Já amolei bastante

– De jeito algum

– Muito obrigado, amigo!

– Não tem de quê!

– Por você ter me ouvido

– Amigo é pra essas coisas!

– Tá

– Toma uma grana

– Sua amizade basta

– Pode faltar

O apreço não tem preço, eu vivo ao deus-dará… O apreço não tem preço, eu vivo ao deus-dará

Os dois amigos se afastamcada um para um lado, começa então a tocar no rádio do boteco a composição de Aldir Blanc e Sílvio da Silva Jr.