Não por nada a presidente Dilma está em alta nas pesquisas. Nas graças do povo não só por falar bem menos que o Lula, mas porque quando fala até o mais radical dos machistas mineiros sente firmeza nas palavras da mulher. Inclusive quando defende o que para muitos parece indefensável, que é o caso do esportista (e não o cantor) Orlando Silva.
Na África do Sul, Dilma disparou em defesa do ministro da cota do PCdoB: “Nós, ao contrário de muita gente por aí, temos o princípio democrático e civilizatório. Nós presumimos inocência. Não só nós presumimos a inocência dele, como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações. O governo está acompanhando atentamente todas as denúncias, os esclarecimentos e as investigações. Aliás, o ministro Orlando pediu investigação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal sobre as acusações feitas a ele e que ele reputa uma injustiça”.
Sem discordar desses argumentos, é preciso no entanto lembrar à presidente que a “turma são fogo”. Por mais que o comunista Orlando Silva venha a provar “que não come criancinhas”, a turma já “fizeram” um estrago na imagem do ministro. Por exemplo, não se fala outra coisa no México, onde se realizam os Jogos Pan-Americanos que só o bispo Edir Macedo assiste: no Brasil, o Comitê Olímpico precisa repensar muitas das modalidades olímpicas.
O salto com vara é uma delas, adaptada no Brasil para o salto com vara nos muros das penitenciárias. Disputas de boxe serão realizadas no Congresso Nacional, entre a base governista e seus adversários. Levantamento de peso terá como objeto principal alguns cofres públicos de várias tonelagens, sendo que o Ouro vai para quem conseguir levantar o cofre do Banco Central. Tiro ao alvo ficará a cargo da polícia carioca, especialistas na prova de bala perdida. As provas de hipismo serão disputadas com as cavalgaduras com que o governo monta os ministérios.
Mesmo não tendo corpo para saltos ornamentais, a presidente Dilma vai precisar se desdobrar na ginástica artística e rítmica, porque só mesmo uma acrobata para defender o ministro Orlando Silva.