Não só no Alto da Glória. Alexsandro de Souza merece também uma estátua em plena Praça Tiradentes, no marco zero de Curitiba. Craque na bola e no espírito, em meio ao furor que causou na Turquia ao anunciar seu desligamento do Fenerbahçe, Alex se isolou da multidão que rodeava sua mansão para conceder, através do Facebook , uma entrevista onde falou mais alto o piá curitibano.    

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– Qual a primeira coisa que você pretende fazer em Curitiba quando voltar definitivamente ao lar doce lar?

Alex: Me acostumar ao modo curitibano de viver. Não percebemos, mas cada cidade tem um modo peculiar de levar seu cotidiano e eu vi isso em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, na Itália e, principalmente, aqui em Istambul.

– Nestes anos fora de Curitiba, do que mais sentiu falta?

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Alex: Da família e dos amigos. Mas falando da cidade eu sinto muita falta do Parque Barigui e do AU-AU. Não existe um lugar como AU-AU em nenhum lugar que tenho ido no mundo.

– Cite uma coisa em comum entre a Turquia e o Brasil.

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Alex: A burocracia. É idêntica. Se você conhece a “pessoa certa”, essa burocracia vai embora em segundos.

– Se o convidassem para jogar no Atlético, você chutaria a proposta de canhota ou mataria no peito para conduzir a bola?

Alex: Tomaria um café com quem me fez a oferta. Falaríamos de futebol, conheceria um pouco mais a respeito do Atlético e recusaria. Tenho um respeito enorme pelo Atlético como clube e pelo seu torcedor. E acredito que a rivalidade tem que caminhar lado a lado com suas diferenças. Em vários momentos precisamos andar juntos em benefício de ambos e do futebol paranaense.

– Você já tem um prego reservado para pendurar a chuteira no Alto da Glória?

Alex: O que eu tenho é um martelo e um prego para assim que voltar. E encerrar meu ciclo como jogador de futebol. Se assim as circunstâncias permitirem.

– Embora já tenha uma estátua em Istambul, aceitaria outra em Curitiba?

Alex: Isso é muito louco. É um sentimento de fato. Não fiz nada na Turquia para ter uma homenagem como essa. E fiz menos ainda em Curitiba para merecer tal homenagem.

– Qual é o melhor defeito de Curitiba? E a pior qualidade?
Alex: O melhor defeito meu como curitibano é achar Curitiba a melhor cidade do mundo para se viver. E minha pior qualidade é achar que pouco mudou nesse período que moro fora. Mas isso é uma coisa minha. Não generalizo a todos os curitibanos.

– Qual a melhor vista da cidade, do ponto de vista de quem anda a pé?

Alex: Andei muito a pé em Curitiba. E a vista que mais gostava e ainda continuo gostando é quando entramos na Praça Santos Andrade e olhamos o Teatro Guaíra de um lado e a Universidade do outro. Foi o meu caminho por longos anos.

– Qual a praça, ou rua, ou recanto do seu coração? (não vale o Alto da Glória).

Alex: Minha praça é a Santos Andrade. Minha rua quando estou de carro é o inicio da Getúlio Vargas. As árvores são imensas e aquilo me encanta. Meu refúgio para qualquer momento é um fone de ouvido e uma caminhada no Parque Barigui.

– Se lhe fosse dada a chave do passado, entraria por qual porta?

Alex: Queria ter conhecido Curitiba nas décadas de 50 e 60. Ouvir histórias maravilhosas a respeito de uma pequena cidade que começava a se delinear para um rico e promissor futuro.