Benzedeira, vidente e astróloga, Dona Flô da Sapolândia é conhecida e respeitada por poucos e bons curitibanos. A idade, ela não revela. Só diz que nasceu “quando diabo usava fraldas”, que foi muito amiga do governador Moysés Lupion e ainda consultora sentimental de Ney Braga, desde os tempos de prefeito de Curitiba.

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Quanto ao nome, Flô explica: “Na verdade, meu nome é Petúnia. Mas uns me chamavam de Margarida, outros de Rosa, alguns de Hortência, até de Bromélia já me chamaram. Na dúvida, passaram a me chamar simplesmente de Flor. E de flor em flor, ficou Flô. Sapolândia é fácil explicar: além da irônica referência às terras úmidas de Curitiba, ela era porta-bandeira da saudosa Escola de Samba Acadêmicos da Sapolândia, onde desfilava com o mestre-sala Julinho. E assim ficou: Dona Flô da Sapolândia, benzedeira, vidente e astróloga que excepcionalmente nos concedeu uma rápida entrevista em sua casa vizinha à chácara do ex-vereador João Claudio Derosso. Generosa, ainda nos autografou e benzeu a camisa canarinha do nosso Fernandinho.  

Pergunta:A senhora conhece o INRI Cristo, que se autoproclama o filho do Pai?

Dona Flô da Sapolândia: Conheço bem demais. Ele foi meu discípulo aqui no Boqueirão. Ele e o Chik Jeitoso aprenderam comigo as manhas da bola de cristal.

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Pergunta: Entrevistado por um jornal paulista, INRI Cristo revelou que, “se o Brasil não for o campeão, o campeão será o vencedor!”. Qual o seu vaticínio?

Dona Flô: Meu fiu, depois que a Costa Rica chegou aonde chegou, não me arrisco a mais nada. Só sei que os feiticeiros da América Central, dos mais poderosos do mundo, são bem capazes de levar o caneco para a Costa Rica. Há quem diga, inclusive, que os costarriquenhos mandaram para o Brasil uma delegação de zumbis, sob o comando de “houngans”(sacerdotes) com o poder de ministrar nos adversários uma poção paralisante extraída do baiacu.

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Pergunta: Mudando de feitiçaria, quem vai ganhar as eleições: Dilma Rousseff , Eduardo Campos ou Aécio Neves?

Dona Flô: Nenhum dos três. Nome forte será o de José Dirceu, mas no final das contas o grande vencedor será o marqueteiro da campanha. Como diz o INRI Cristo, “se nenhum dos três for presidente, o presidente será o vencedor!”.

Pergunta: O que dizem as cartas?

Dona Flô: As cartas não mentem. Aécio tem muitos curingas de ouro na manga, todos da Avenida Paulista. E os petistas que se cuidem, pois a dona Dilma ainda é capaz de passar batida com três reis de paus na mão: Collor, Renan Calheiros e José Sarney, o aposentado mais influente da República.

P: O que os astros nos reservam para os próximos quatro anos?

Dona Flô: Com Dilma, Aécio ou Campos, no mapa astral está escrito que os juros estarão em Marte, a casa própria em Saturno, o desemprego em Vênus, a corrupção em Plutão e os ministros no mundo da Lua.

P: E o salário mínimo?

Dona Flô: Como sempre, perdido no espaço.

P:A senhora já prestou assessoria para muitos candidatos do Paraná?

Dona Flô: Gente daqui e gente de fora. Pro filho do meu velho amigo Zé Richa, receitei Biotônico Fontoura. Uma colher de meia em meia hora. O mal do Beto é falta de apetite. Pelo que aparenta, não lhe apetecem muito os churrascos de inauguração de obras.

P: Quem mais lhe procurou?

Dona Flô: O Roberto Requião. Puxei uma carta e disse: em número de votos nos grotões do Paraná, só o Lula estará acima do senhor!

P: E que carta a senhora puxou?

Dona Flô: Um mico. Pelo menos aqui em Curitiba, Requião é um senhor mico.

P: Tendo a senhora a mais infalível bola de Cristal, poderia nos dizer se a Gleisi Hoffmann pode ganhar?

Dona Flô: Não s&oa,cute; pode como ainda vai o ganhar o título de Rainha do Pêssego do Paraná.