A montanha e a cristaleira

Esse povo não presta. Já estão chamando o Gustavo de Prefruit; a Gleisi de Rainha do Pêssego (na entrevista da Folha de S. Paulo já fala com sotaque de governadora); na China o Beto Richa está sendo apresentado como senhor Foi Ben Mao; e o Robin fica injuriado quando chamam o Batman de delegado Francisquini.

Enquanto isso, os cientistas políticos são unânimes em afirmar: o promissor Ratinho Júnior saiu do segundo turno muito menor do que entrou. Dizem os doutores que, pelo tamanho da campanha que o pai botou nas ruas, “parturiunt montes, nascetur ridiculus mus”. Traduzindo para nós outros, “a montanha pariu um rato”.

Foi o parto da Montanha. Conta a fábula de Esopo (baseada no livro da Companhia das Letrinhas) que, era uma vez, uma montanha começou a fazer um barulho danado. As pedras rolavam do topo, enquanto lá embaixo os aldeões achavam que todo aquele tremor de terra era porque a montanha ia ter um filhote. Vieram índios de todas as tribos, povo de longe e de perto e se formou uma grande multidão querendo ver o que ia nascer da montanha.

Bobos e sabidos, todos tinham seus palpites. Os dias foram passando, as semanas foram passando e no fim os meses foram passando e o barulho da montanha aumentava cada vez mais.Os palpites das pessoas foram ficando cada vez mais malucos. Alguns diziam que o mundo ia acabar.

Um belo dia o barulho ficou fortíssimo, a montanha tremeu toda e depois rachou num rugido de arrepiar os cabelos. As pessoas nem respiravam, de medo. De repente, do meio do pó e do barulho, apareceu… um ratinho!

Moral da história: “Nem sempre as promessas magníficas dão resultados impressionantes”.

Ratinho Júnior tem tudo para fazer uma vitoriosa carreira política. Enquanto Ratinho pai, como estrategista político, tem todas as ferramentas para fazer do palhaço Tiririca presidente da República. Com todo o respeito à família Massa (afinal, o apelido nos leva a comparações insopitáveis), o segundo turno dessa campanha eleitoral lembra o episódio daquele macaco que entrou numa cristaleira. No caso de Curitiba, o que aconteceu nos bastidores vai entrar para os anais dos fenômenos políticos. Pode render tese de doutorado para os cientistas políticos e de exemplo aos estrategistas em campanhas eleitorais.

Soltaram um ratão na cristaleira e deu no que deu.