Amanhã o prefeito Gustavo Fruet completa 100 dias à frente da cidade. À frente do seu tempo veremos de agora em diante. Para pensar o futuro, precisamos repensar o passado. No século passado, Curitiba era uma cidade que pensava na frente. Neste início de novo século, estamos atentos àqueles que, por ofício,têm a obrigação de pensar à frente do seu tempo.

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Está no livro“História do Transporte Coletivo de Curitiba”, do jornalista Raul Guilherme Urban:

“Segunda-feira, 1.º de dezembro de 1980. Implantada a Rede Integrada de Transporte (RIT). Começa a vigorar o escalonamento de horários em Curitiba. O prefeito Jaime Lerner inaugura simbolicamente a RIT, saindo de sua casa, na Rua Bom Jesus (Cabral), às 7h45, dirigindo-se até a esquina com a Rua Rocha Pombo, a poucos metros dali, onde embarca em um ônibus Interbairros, desembarcando no Palácio 29 de Março, sede da Prefeitura de Curitiba”.

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“Lerner estabelece o escalonamento de horário para indústrias, comércio e serviços na cidade, adequando-se às medidas de economia de combustível estabelecidas pelo governo federal. A medida visa também ao funcionamento do serviço de transporte público, especialmente nos horários de pico. O escalonamento segue os seguintes horários de entrada, a partir daquela segunda-feira, 1.º de dezembro de 1980: Indústria, comércio atacadista, supermercados, materiais de construção: 7 horas. / Construção civil: 7h30. / Rede escolar: 8h. / Administração direta e profissionais liberais: 8h30. / Comércio varejista e bancos: 9h (Só mais tarde o Banco Central estabeleceu o início do expediente bancário às 10 horas em todo o País). / Funcionários públicos: 9h30. (A categoria passou a utilizar o transporte de forma escalonada, conforme o horário de ingresso nas respectivas repartições: 8.520 usuário para início às 7h; 26.823 usuários para início às 8h; 18.512 usuários para início às 9h30)”.

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Curitiba tem saudades do futuro. Aguarda ansiosamente que a nova geração de administradores públicos apresente proposta de vanguarda para esta cidade acostumada a antecipar o futuro. Com a circulação de pessoas prejudicada pelo excesso de automóveis, talvez seja o caso de repensar o escalonamento de horários para indústrias, comércio e serviços. Não será o metrô que irá nos tirar deste buraco em que a indústria automobilística nos deixou.

Curitiba não tem medo do futuro. Tem saudade do futuro. E pode sair na frente, como sempre saiu. Mas onde está e o que tem a dizer a nova geração, que tem por ofício a obrigação de pensar à frente do seu tempo?