À espera do futuro

Visconde de Taunay (Alfredo d´Escragnolle Taunay) foi quem inaugurou o Passeio Público, a primeira grande obra de saneamento da cidade, quando transformaram aquele charco num espaço de lazer, com lagos, pontes e até uma Ilha da Ilusão, onde Emiliano Perneta, em 20 de agosto de 1911, foi coroado “Príncipe dos Poetas Paranaenses”.

Não tanto em respeito ao poeta Perneta – diria Dalton Trevisan -, mas em tributo ao Visconde de Taunay, aquele viajante e intelectual que escreveu “A retirada da Laguna”, livro publicado em 1871, há muitos e muitos anos a prefeitura está nos devendo uma verdadeira reforma no parque do coração da cidade.

Não um simples serviço de “lataria e pintura”, como da última vez que isso foi feito, quando a mudança de maior monta foi retirar o bar e restaurante do Passeio das mãos de João de Pasquale. Desde então, o Passeio Público nunca mais foi como antes. Restou um retrato na parede das festivas manhãs de sábado, quando o “Lá no Pasquale” se transformava na sala de visitas da cidade. Tendo ao fundo o Teatro Guaíra, ali os artistas forasteiros faziam seus primeiros contatos imediatos com o distinto público.

 Escreveu o Visconde de Taunay, presidente da Província do Paraná em 1885-86: “Em todo o Paraná são em extremo frequentes esses aspectos de mata, árvores possantes e arbustos elegantíssimos um tanto afastados uns dos outros, a ensombrarem o chão muito limpo e gramado, cheio de atrações, sobretudo ao sol do meio-dia, como que a convidarem os `dilettanti do far niente´ a estirarem o corpo disposto ao repouso e ali fruírem deliciosa sesta”. Em 1886, o Visconde de Taunay já desenhava o destino que o Passeio Público merece.

Quantas capitais têm um bosque tão grande no centro da cidade? O prefeito Gustavo Fruet sabe deste nosso privilégio. Tanto sabe que, na semana passada, lhe foi apresentado o projeto de reforma para o futuro daqueles 69.285 metros quadrados de área verde, hoje passeio de quase todas nossas misérias da cidade.

A cidade aguarda o futuro, prefeito!