Lady Godiva era uma rainha da Inglaterra que implorava ao marido que baixasse os impostos. De tanto insistir, o rei fez uma contraproposta: se ela desfilasse nua pelas ruas do reino, ele cortaria os impostos pela metade. Mas com a condição de que todas as portas e janelas fossem fechadas para ninguém vê-la desfilar nua. Lady Godiva montou sobre o seu cavalo branco e cavalgou peladona pelas ruas do reino, ofertando sua real nudez à imaginação dos súditos.
Sem nenhuma relação com os nossos obscenos impostos, já contei aqui algumas aventuras da Lady Godiva da Ilha do Mel, a lenda da fogosa loura que singra a Baía de Paranaguá cavalgando um veloz jetski vermelho e preto. Sumida desde o verão de 2009, a Godiva dos mares do Sul era sempre vista em dias incertos, mas em horário e roteiro precisos, sempre no fim da tarde. Atravessava o Canal da Galheta apenas vestida pelo lusco-fusco e sumia no pôr do sol. Com suas formas ondeadas, seios empinados e no mesmo balanço do mar, a loura de púbis dourado embicava em direção de Paranaguá e fazia uma série de círculos perfeitos em volta dos navios ancorados no Canal da Galheta, acenando para os marinheiros que gritam hurras à peladona do jetski: “The Paranaguá’s naked blondie”, assim os gringos tratavam a nossa Lady Godiva, muito lembrada nas noites de paixão e fúria nos bordeis do Mosquitinho.
A Capitania dos Portos desconhece o registro náutico do jetski. O comodoro Massimo Lorenzetti ironiza, diz que no verão se consome muita caipirinha a bordo das embarcações. Ninguém viu, ninguém sabe, ou finge que não sabe, mas agora ficamos sabendo de fonte segura que verão a Lady Godiva não vai aparecer tão cedo na Baía de Paranaguá. Com o jetski em outras águas, a “loura fantasma” está dando o que falar em Florianópolis. Conforme publicou o colunista Cacau Menezes, do Diário Catarinense, “um grupo de lindas e riquíssimas amigas de São Paulo alugou uma casa enorme na Lagoa da Conceição para, acredite sim porque os tempos são outros, levar seus escolhidos das festas para grandes finales todas as noites”.
A mansão, cujo endereço não foi revelado, já recebeu apelido: “Casa das Sete Mulheres”, para onde cada uma das turistas sexuais leva um jovem diferente no fim de noite. Chovem pedidos de mais informações no e-mail e celular do colunista mais lido de Santa Catarina. Contudo, Cacau Menezes só ainda não sabe que, entre as paulistas, uma das ricas e lindas amigas da “Casa das Sete Mulheres” é paranaense: a nossa velha conhecida Lady Godiva da Ilha do Mel.