A Copa do Mundo é nossa!

“A taça do mundo é nossa/ Com brasileiro, não há quem possa / Êh eta esquadrão de ouro / É bom no samba, é bom no couro / A taça do mundo é nossa / Com brasileiro, não há quem possa / Êh eta esquadrão de ouro / É bom no samba, é bom no couro / O brasileiro lá no estrangeiro / Mostrou o futebol como é que é / Ganhou a taça do mundo / Sambando com a bola no pé / Goool!”

Este hino da nação canarinha na Copa do Mundo de 1958, “A taça do mundo é nossa”, adentrou o campo em todas as conquistas seguintes. Especialmente no tricampeonato do México, em 1970, quando a composição de Maugeri, Müller, Sobrinho e Dagô encabeçou as paradas da ditadura militar, ao lado de outro sucesso cívico: “Pra frente, Brasil!”.

Pra frente, Curitiba! Inaugurada a Arena da Baixada aos 48 de segundo tempo – bem que faltando arrematar os cantos e caprichar na grama -, podemos estufar o peito, engrossar a voz e cantar a pleno pulmões a nossa própria versão do hino da pátria de chuteiras:

“A Copa do Mundo é nossa/ Com Curitiba, não há quem possa / Êh eta cidade de ouro / É ruim no samba, mas dá no couro / A Copa do Mundo é nossa / Com Curitiba,  não há quem possa / Êh eta cidade de ouro / É ruim no samba, mas dá no couro / O curitibano lá no estrangeiro / Mostrou a cidade como é que é / Ganhou um lugar na Copa / Sonhando com o metrô no pé / Goool!”

Foi um golaço! Obedecendo as regras do jogo político, agora cabe aos cabos eleitorais a tarefa de convencer o eleitorado de quem foi o golaço: seria de Beto Richa ou de Gustavo Fruet? Ou então, como prefere parte da galera rubro-negra, o tento é do goleador Mário Celso Petráglia?

 Dentro dos cadernos de encargos da FIFA, e da CBF, a questão política é artigo 1º, parágrafo único (e revogam-se disposições em contrário), desde os tenebrosos tempos da ditadura, quando em 1972 os generais inventaram uma tal de Mini Copa para a galera cantar o hino nacional da ocasião: “Pra frente, Brasil!”.

Pra frente, Gustavo Fruet! Esta será a palavra de ordem na prefeitura nos próximos dois anos. A partir de hoje, o Ippuc que se prepare: Gustavo, com a chibata na mão, vai condenar os arquitetos a trabalhos forçados no buraco do metrô. Ou seja: se o metrô não sair do papel, o legado da Copa do Mundo para Curitiba será a Arena da Baixada. Nada mais, nada menos, do que a conclusão da sinfonia inacabada de Mário Celso Petráglia.

Abrir o buraco é preciso, olhar a superfície também é preciso. Como herança da Copa, quem sabe não sejamos contemplados com algumas outras intervenções urbanas inacabadas do caderno de encargos da Fifa? Mobilidade urbana (um dos legados linguísticos da Copa), este seria o maior legado do caderninho de encargos da Fifa. E não apenas através do metrô, do trânsito, ruas e avenidas harmonizadas. Mobilidade urbana em todos os sentidos, porque teremos engarrafamentos monstruosos de “ligeirinhos” atrás dos bilhões que vão rolar, depois da bola rolar.

Como bem disse o cronista político Celso Nascimento, “nunca antes na história de Curitiba houve tantas oportunidades de investimento como agora, na gestão Fruet. É o que dizem o prefeito e alguns de seus secretários em reuniões com empresários ao anunciarem que nos próximos anos serão aplicados R$ 9 bilhões em infraestrutura. Além do metrô de R$ 4,7 bilhões, a construção de moradias, do novo Contorno Sul, drenagem de rios, conclusão da Linha Verde e aumento da capacidade do Inter 2 abrirão oportunidades de R$ 5 bilhões em investimentos”.

Pra frente, Beto Richa! Pra frente que atrás vem gente: a Gleisi Hoffmann. Mexa-se, ou será atribuída a Mário Celso Petráglia a maior e mais visível obra do Paraná nos últimos anos.