A camisa da cidade

Não sei se posso servir de exemplo para alguma coisa – até porque só tenho a refletir as minhas dúvidas -, mas há muitos anos deixei de ser torcedor incondicional da seleção brasileira. Bem antes dos 7×1 o circo da CBF já tinha perdido a graça, assim como o circo da Fórmula 1 se transformou num dos horários mais entediantes da televisão brasileira.

Desde não sei quando – talvez depois da Era Dunga -, passei a acompanhar com certo fanatismo – até além do merecido – somente o futebol de minha cidade. Pela ordem, Clube Atlético Paranaense, Paraná Clube, Coritiba Foot Ball Club e o Combate Barreirinha Futebol Clube – time suburbano, imbatível até no próprio nome.

Digo isso a propósito da pesquisa que a Gazeta do Povo acaba de publicar, mostrando as chances eleitorais de alguns nomes para a Prefeitura de Curitiba. Ratinho Jr. seria o favorito com 25,9% das intenções de voto; Gustavo Fruet em segundo com 15,1%, tecnicamente empatado com Requião Filho, com 12,7%. Em seguida, Luciano Ducci, com 8,4%; Rubens Bueno (PPS), com 6,5%; Fernando Francischini, com 5,4%; Ney Leprevost e Tadeu Veneri aparecem com 5,9% e 4,2%, respectivamente. Bernardo Pilotto e Wilson Picler teriam 0,7% dos votos.

Embora alguns dos nomes da lista não tenham requisitos nem mesmo para administrar os prósperos negócios da própria família – como está provado, fora da política ninguém rasga dinheiro -, mesmo assim qualquer eleição para prefeito ainda é mais empolgante do que a eleição para presidente.

Do meu ponto de vista – que é o ponto de vista do torcedor há muito decepcionado -, é melhor vestir a suada camisa da nossa cidade do que assistir de longe os seguidos 7×1 que estamos cansados de levar em Brasília.

Dos nomes que se apresentaram para a prefeitura de Curitiba, por certo estamos arriscados a escolher entre o “menos ruim” e o “menos pior”, como já vimos. Mas se isto voltar a acontecer, já sabemos o que fazer: numa outra eleição mandamos o vencedor para o Palácio Iguaçu.