Ao mostrar a calcinha (a calcinha da Gisele, bem entendido) a ministra Iriny Lopes provocou dois grandes escritores brasileiros. Provocou a ira, bem entendido, e não a excitação dos mancebos.

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Cristovão Tezza questiona (“Bom gosto? Mau gosto? Achei apenas engraçada. Em qualquer caso: e daí? O que o governo tem de meter o bedelho nisso?) e manda os arautos da estupidez catar coquinhos e nos deixar em paz: “Nesta lógica, o cidadão tem de ser tutelado – haverá sempre um pateta oficial a zelar por nós, com a lei na mão. Mais um pouco, e piadas sobre papagaios serão enquadradas pelo Ibama”.

Por sua vez, o escritor Deonísio da Silva diz que “a titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres pisou na bola, para usar uma boa metáfora do futebol, e seu gesto pode ser pedra de tropeço no caminho para ganhar as classes médias, além, naturalmente, do gesto desnecessário”.

Há outras prioridades de proteção aos clientes dos produtos anunciados por Gisele Bündchen, lembra Deonísio. A modelo mais bem paga do mundo não precisa de tutela nem de proteção de governo algum: “Quem precisa, são seus eventuais fregueses”.

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Autor que também nunca precisou da tutela do governo para escrever suas premiadas obras, Deonísio da Silva indica partes mais em cima para a ministra meter o bedelho: “Se alguém comprar aquelas peças com cartão de crédito e precisar depois financiar o saldo restante, vai pagar juros abusivos. E contra os juros, ministros ou ministras, nenhum deles acha imorais ou atentatórias a nada as taxas cobradas. Se comprar aquelas peças num shopping center, antes terá de pagar o estacionamento enquanto o carro lá estiver. E que diz o governo sobre o que é cobrado nesses estacionamentos? Nada!”.

“Depois de oito anos de Lula, o silêncio de Dilma é um presente dos céus! Obrigado, presidente Dilma, por falar pouco!” – agradece Cristovão Tezza. Com todo o respeito e admiração à presidente, mas que saudades do Itamar Franco! Com o topete dele, ministra seria a Lílian Ramos, aquela sem calcinha do Sambódromo.

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