Ainda não se sabe da situação do Atlético, mas Curitiba (e não o Coritiba) já está na segunda divisão da Copa, rebaixada que foi ao lado de Cuiabá, Manaus e Natal. Com apenas quatros jogos na primeira fase, nos dias 16, 20, 23 e 26 de junho vamos gastar 45 milhões em 360 minutos para assistir pela televisão às partidas na Arena da Baixada. Sem dúvida será um ótimo investimento, considerando-se que com 45 milhões por dia teremos ainda as obras do metrô, a ampliação do Aeroporto Afonso Pena, o fim dos congestionamentos na Avenida das Torres, resolveremos definitivamente o problema da mobilidade urbana e, se os seguranças de Joseph Blatter nos ajudarem, em junho de 2014 a polícia não vai ter o que fazer e assim governador poderá dar férias coletivas à Polícia Militar.
De um total de 180 milhões só para completar a Arena da Baixada, uma diária de 45 milhões é ninharia, se considerarmos os quatro grandes espetáculos que vamos receber em pleno inverno, com temperaturas em torno de zero grau. Já prevenida com as variações do mundialmente famoso clima curitibano, a Fifa vai destinar à Arena da Baixada somente as seleções já acostumadas a jogar na lama, no frio e na neblina. Por exemplo: Letônia versus Estônia, Suíça versus Áustria, Islândia versus Rússia, Dinamarca versus Suécia, Finlândia versus Noruega e, para não dizer que não veremos cabeças de chave (apenas cabeças de bagres), com muito sorte a combalida seleção da França virá jogar em Curitiba, como um mimo da Fifa à fábrica da Renault. Se o Paraná der muita sorte no sorteio de grupos, sairemos num lucro ainda maior caso nos contemplem com as seleções da Polônia e Ucrânia. A Polônia, principalmente, porque Curitiba é a terceira maior cidade polaca do mundo, só perdendo para Chicago e Varsóvia.
Com quatro jogos, enfim a Cidade Sorriso terá os seus 360 minutos de glória. E, quando a bola rolar, atenção para o aviso do Galvão Bueno: “Sorria, você está sendo filmado para o mundo!”.