Um apelo ao Congresso Nacional, onde se reúnem os mais notórios vadios da República: é preciso decretar o dia seguinte ao Dia do Trabalhador como o Dia do Vadio.São poucos os feriados nacionais no Brasil e, além disso, esse ano o feriado de 1º de maio foi um dos quatros feriados a cair no meio da semana.  Além do Dia do Trabalho, teremos o Dia de Corpus Christi, em 30 de maio; o dia da Proclamação da República, 15 de novembro; e o Natal.

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O manifesto onde se proclama o “Dia do Vadio” começa com dois parágrafos da lavra do saudoso jornalista e humorista Horácio Braun.

 “O Dia do Vadio nada mais é que uma invenção de quem fica inventando coisas pra vadiar ainda mais. Para nós, vadio não é o aposentado, o que não faz nada, ou o que não precisa fazer nada. Vadio é o cara que trabalha obrigado, mas que é vadio. Afinal, o gostoso não é ter nada pra fazer e depois ainda descansar. O gostoso mesmo é ter que trabalhar, ter uma obrigação pra cumprir, e decidir não fazer por uma razão: vadiar”.

“Vadio é aquela pessoa que realmente não gosta de trabalhar, apesar de até poder estar no batente. Vadio também não é vagabundo e nem trambiqueiro. É simplesmente aquela pessoa que, embora tenha muitas tarefas pra fazer, não faz ou só faz por obrigação derradeira. E é aí que está o prazer que vai ser comemorado e festejado devidamente. Afinal, não ter nada pra fazer e depois ainda descansar não tem graça.”

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A data escolhida para mais este feriado nacional não foi adotada ao acaso. Será comemorada e respeitada sempre no dia 2 de maio, dia seguinte ao Dia do Trabalhador, 1.º de maio. O que propicia uma vadiagem maior e, conforme a sorte do calendário, uma semana completa de ócio.

Também foi estabelecido que o santo padroeiro do vadio é São Nunca, nesta data também reverenciado. Se este tão citado santo nunca ganhou o seu próprio e exclusivo dia, agora temos o dia 2 de maio, Dia do Vadio e Dia de São Nunca, tendo o bicho-preguiça como mascote e a Bahia como sede das comemorações.

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E por que São Nunca é o padroeiro do vadio? Porque vadio é aquele camarada que nunca trabalhou, nunca pegou no batente, nunca fez nada na vida e nunca ninguém viu uma gota de suor em seu rosto – a não ser nas férias de verão, no prazer supremo de erguer um copo de cerveja, ou na faina de fazer uma caipirinha no capricho.

Por fim, os idealizadores do Dia do Vadio avisam à praça que não têm vínculo algum com a Marcha das Vadias. Em termos de movimento, a vadiagem assina com Millôr Fernandes: “O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris”.