É triste ver que Pier Paolo Pasolini (1922 – 1975) é lembrado, basicamente, como cineasta – um dos pais do neorrealismo italiano, na verdade – deixando de lado uma brilhante carreira literária iniciada em 1942 – ou seja, quase vinte antes do seu debut cinematográfico com “Accattone”. A primeira publicação de Pasolini é uma reinião de poemas escritos em Friuli, um dialeto do norte da Itália. “Poesia a Casarsa” não só ia na contramão do que queria o governo fascista, que proibia o uso de dialetos, como também tinha forte valor sentimental, já que o Friuli era falando em sua casa, principalmente, por sua mãe.

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Até certo ponto, Pasolini nunca deixou de lado a poesia, seja pela estética de filmes como “Pocilga” (1969) ou “Édipo Rei” (1967), mas também pela sua produção literária que versava temas caros ao artista, como a homossexualidade, a miséria humana e a sociedade do consumo.A análise social e política de Pasolini é pesada em suas obras e sempre tem como pano de fundo personagens de periferias em busca de alguma forma de sonho, algo que ficou claro como os garotos que viajam de trem, saindo do interior e indo para a capital, em “A Hora depois do sonho” (1962),

Infelizmente, a obra de Pasolini tem sido deixada de lado há alguns anos no Brasil, encontradas sendo publicada pelas editoras Brasiliense e Civilização Brasileira, mas findadas as prensagens não foram mais republicadas, embora sejam encontradas com certa facilidade nos sebos de Curitiba. Ao que parece, a Companhia das Letras, que ficou com algumas obras do catálogo da Brasiliense, nunca se interessou em colocar no mercado os textos narrativo de Pasolini – já que a publicação de suas poesias e seus ensaios no Brasil beire o nulo.

Pasolini, que foi brutalmente assassinado em circustâncias até hoje sem uma solução definitiva, terá sua vida recontada em um longa que leva o seu nome e terá como protagonista Willem Defoe. O lançamento do filme está previsto para 2015.

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