A frase “nunca se vendeu tanto livro no Brasil” pode ser um dos maiores equívocos já vistos. Além de o setor editorial sentir os sintomas da resseção, levando em consideração que o ano passado fechou com crescimento negativo de 5,64%, de acordo com um levantamento encomendado pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), os campeões de vendas estão longe de ser literatura – ou na pior das hipóteses, autoajuda.

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Até a semana passada, os livros de colorir encabeçavam a lista de mais vendidos do site Publishnews. As obras responsáveis por esse fenômeno são O Jardim secreto e A Floresta encantada, ambos de Johanna Basford e editados por aqui pela Sextante. Na contabilidade anual, os dois cadernos de atividades já somam 980.203 exemplares comercializados.

Impacto

Pedro Herz, diretor-presidente da Livraria Cultura, havia causado polêmica ao dizer que as altas vendagens dos livros de colorir refletiam uma educação deficiente. Ainda assim, O Jardim secreto e A Floresta encantada ajudaram a tirar as livrarias do vermelho. Marcos Pedri, diretor comercial do Grupo Livrarias Curitiba, em entrevista à Gazeta do Povo, tem outra opinião sobre a questão.

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“A gente tinha uma preocupação muito grande desde janeiro. A nossa meta para o ano era atingir R$ 5,6 milhões em vendas. Achávamos que não iríamos conseguir. E se não fossem os livros de colorir, possivelmente não conseguiríamos mesmo. Só eles devem dar um crescimento de 3% a 5% nas vendas sobre o ano passado”, comentou.