O sucesso da – dita – literatura erótica nos últimos anos fez com que algumas editoras repensassem sobre o assunto e decidissem por investir pesado nesse tipo de publicação. O precursor desse “neo-pornô” foi a trilogia de E. L. James, Cinquenta tons de cinza, que chegou por aqui em 2011-12, mas já causava furor all over the world há algum tempo. Depois dela, foi natural que pululassem outras obras com a mesma temática – no caso, Toda sua (e os livros subsequentes), de Sylvia Day, também esteve na lista dos mais vendidos.

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Mas a literatura erótica não é coisa atual, não. Pensando nisso, a editora Hedra, que já tinha em seu portfólio várias obras desse cunho – como Teleny ou o reverso da medalha, atribuída a Oscar Wilde – criou um selo para esse tipo de publicação e o nome não poderia ser mais apropriado: Sexo. De início, a casa promete publicar nove títulos, sendo um deles inédito.

A primeira leva é composta por três livros, cada um polêmico à sua própria maneira. A Vênus das peles, de Sacher Masoc, é um romance ambicioso e responsável por cunhar o termo sadomasoquismo. O livro, publicado pela primeira vez em 1870, foi a inspiração para entre outras coisas a música “Venus in furs”, do Velvet Underground e lançada no icônico disco de estreia da banda.

Na esteira desse clássico sai outro livro imponente: Discursos ímpios, de Marquês de Sade. Assim como Masoc, Sade também virou adjetivo: sádico. Alto-burguês, o autor escandalizou seus pares com um discurso extensivamente libertino em que o vício se sobrepunha à virtude. Não é difícil de imaginar que o que ele passou na prisão.

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Flossie, a vênus de quinze anos, de Swinburne, já fazia parte do catálogo da Hedra e deve ser rearranjado no quadro de Sexo. Entretanto, nada deve chegar às sutilezas dos casos de adultério, sodomia e orgias contados por uma pulga. Duvida? Então, leia Autobiografia de uma pulga, de Stanislas Rhodes.

Porém, se o que você está acostumado a ler não passa dos tons coloridos e dos sapatos de salto agulha, bem, tenha cuidado porque talvez os títulos da Hedra sejam – como posso dizer? – pesados.

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