Crítica: “Hiperconexões”, organização de Luiz Bras

A poesia sempre foi um dos elementos de maior (inter)ligação entre o homem, o tempo e o ambiente que o cerca. Com os desdobramentos da literatura e as possibilidade de expansão vanguardistas, a poesia se transformou em um meio capaz de percorrer os caminhos mais obscuros e intensos. A versatilidade do gênero está sintetizada na coletânea Hiperconexões: realidade expandida – volume 2, que acaba de ser lançada e tem organização de Luiz Bras.

O tema de cada um dos mais de 60 poemas é o mesmo: o futuro. Mas a conexão entre cada peça desse puzzle de versos é a ficção científica, um forma narrativa que – por algum motivo – sempre pareceu distante da poesia. Porém, não é. Como Luiz Bras definiu, Hiperconexões é um “banco de dados dos afetos”.

E o mais interessante da colcha de retalhos criada por Bras está na forma como cada autor vislumbra o futuro. Há que ache que o futuro será composto de elementos casuais e tão comuns a nós mortais de 2014. Existem os apocalípticos, em que os anos vindouros serão um arremedo de existência para o homem. Porém, antes de tudo, o que conta para cada um deles é a relação entre o ser humano e o macro-ambiente – que não raras vezes é transfigurado em migalhas.

Divulgação
“Banco de dados dos afetos.

Hiperconexões não se pretende como um apanhado da inteligência coletiva, mas é – para dizer o mínimo – um interessante amálgama das diferentes percepções e interpretações do que ainda está por vir. O organizador, no prefácio, afirma que o pós-humano é inevitável. Esta, talvez, seja a chave para se compreender que o livro é um poema coletivo, polifônico e formado pelas células – ou seria circuitos? – da poesia contemporânea.

Paranaenses

Entre os poetas escolhidos para compor esse panorama poético futurista estão nomes importantes da poesia – e das letras – paranaense, como: Fernando Koproski, Luci Collin, Ademir Demarchi e Rodrigo Garcia Lopes