Crítica: “Esfíncter”, de Edilson Pereira

O jornalista e colunista do Paraná Online Edilson Pereira caminha nu pelas páginas de Esfíncter, livro escrito em janeiro de 2008, mas que só ganhou o mundo neste ano. A prosa direta e as frases rápidas feito um tiro dão o tom do romance. O livro é uma tremenda provocação, a começar pelo título – referência a um músculo “obscuro” do corpo humano.

 A literatura na mão de Edilson Pereira se transforma em um festim: a história de uma “bichinha”, nas palavras do próprio autor, que mata por amor – ou seria por ódio? – é o estopim para aquele que pode ser o primeiro romance policial gay brasileiro. A vida de Julieta, a “bichinha”, é uma comédia de erros, desde o vício no jogo do pai, que para saldar a dívida apostava o corpo do filho, até o crime que, tecnicamente, não cometeu.

Divulgação

Pereira é mestre em criar um clima noir moderno, basta vascular suas colunas policiais, ou visitar seus outros livros – A Garota da cidade, A Dama do Largo da Ordem, A Loira do táxi noturno, só para citar alguns -, mas existe um quê de vanguarda para o gênero policial: o fluxo de consciência, as referências mitológicas e a construção da narrativa que permite ao capítulo 16 se tornar um elemento à parte.

Barra pesada

O autor é um fino conhecedor da “barra pesada”, por isso, os fortes contornos e a linguagem rápida, versátil e sem rodeios. Não existe pretensão em Esfíncter: está tudo lá e rapidamente a história se completa, capítulo a capítulo e com uma falsa linearidade – ou seria um falso embaralhemento? – das cartas distribuídas pelo jornalista.

Quem quiser ler Esfíncter e os outros livros de Edilson Pereira pode acessá-los gratuitamente neste link