Algumas considerações sobre “Graça infinita”

O hype em cima de David Foster Wallace só deve aumentar a partir de novembro. A Companhia das Letras anunciou nesta terça-feira (09) o lançamento de Graça infinita. A tradução ficou a cargo de Caetano Galindo, professor da UFPR e que também está cuidando de The Pale king, que ainda não tem data para sair.

O livro, que por vezes é comparado ao Ulysses, de Joyce, é a mistura da cultura pop – algo que pulsava na veia de Wallace – e do conhecimento erudito – que também era parte do dia a dia do autor, morto em 2008 após se enforcar em casa. Não são poucos os que consideram o livro uma obra pretenciosa de um escritor que precisava se afirmar para si, para a crítica e para o público.

E, até certo ponto, é. Assim como o clássico irlandês, Graça infinita é um livro muito mais comentado que lido. Também não são poucos os pesquisadores que se propuseram a estudar a obra e se debruçam há anos sobre os escritos de Wallace. Talvez, essa dedicação toda seja uma homenagem aos anos que o livro levou para ficar pronto: no final, das contas (entre idas e vindas), uma década.

Divulgação
David Foster Wallace.

E outra coisa: o livro nem saiu e já tem quem reclame de alguma coisa. Por enquanto (até porque ninguém do ‘grande público’, se é que dá para chamar os leitores de Wallace assim), a pirraça tem sido sobre o título. “Por que ‘graça’ e não ‘piada’”, perguntou um ‘seguidor’ da Companhia das Letras na internet. A resposta, ao meu ver, pode ser porque a edição portuguesa, lançada Quetzal, se chama A Piada infinita.

(Realmente, no caso, da edição dos patrícios, o artigo se faz necessário – até por questão de estilo – e, na versão tupiniquim, o título deixa a obra mais pomposa e bonita, não? Bem, eu não sei.) O certo é que já existe um séquito atrás do livro e que está em polvorosa para colocar as mãos no calhamaço de mais de mil páginas. E que será que chegará até o fim? Aí, já é outra história.

Para quem não se lembra, já falei do David Foster Wallace aqui.

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