Essa semana não foi muito boa para a literatura. No domingo, perdemos Nadine Gordimer e agora João Ubaldo Ribeiro. Se pensarmos no âmbito do ano, as baixas foram ainda mais trágicas: Gabriel Garcia Márquez, Maxime Kumin, Michio Mado, Santo Souza e Stefanie Zweig. É, não está fácil. Mas vamos falar de Ubaldo.

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Quem encontrasse aquele homem de chinelas, bermuda e camisa aberta em uma praia – carioca ou nordestina – não imaginaria que ali estava – em sua frente – um dos maiores escritores brasileiros. Mas a sua prosa era assim também: simples, direta e sem rodeios. Aprendeu rápido a escrita urgente daqueles que se sentem no dever de ensinar, vivenciou o jornalismo e teve as glórias que a idade pode dar.

O Brasil de João Ubaldo Ribeiro era repleto de um humor que aos poucos vamos deixando de lado, esquecido e perdido entre o que temos de pior: o sentimento de derrotismo e a graça pela desgraça, aquele riso que só acontece quando se é preciso arrancar as víceras do outro. Ubaldo, que ostentava a cadeira 34 da ABL, nunca deixou de ser quem era e, por isso, talvez, seja pouco lembrado pelos mais jovens. Vá em paz, Ubaldo.

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