A literatura sempre teve uma relação muito próxima com as mulheres. Seja por conta das escritoras – como as britânicas Jane Austen (1775-1817), as irmãs Emily (1818-1848), Charlotte (1816-1855) e Anne (1820-1849) Brontë ou a revolucionária Virginia Woolf (1882-1942), na foto. Ou pelas heroínas que ajudaram a criar um importante painel – como Molly Bloom, de Ulysses, de James Joyce (1982-1941), e Emma Bovary, de Madame Bovary, de Gustave Flaubert (1821-1880).

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Além disso, as mulheres foram as primeiras grandes leitoras. Em parte, porque até o começo do século passado, os livros eram escritos diretamente para elas. Obras máximas da literatura brasileira como Dom Casmurro, de Machado de Assis (1839-1908), e A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães (1825-1884), foram concebidas por seus autores com o pensamento nas leitoras. Para muitos, talvez isso soe estranho ou não faça sentido, mas o certo é que a literatura de folhetim faziam as vezes das novelas televisivas, retratando – ao seu modo – o cotidiano da sociedade burguesa brasileira.

Não é de admirar o fato de termos, no Brasil, grandes pesquisadoras, tradutoras e escritoras, como Denise Bottmann, a professora Bernardina da Silveira e Clarice Lispector (1920-1977), que não só ajudam a dar forma à literatura, mas fazem dela algo palpável e real.

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