Quem gosta de livros não gosta só de livros: gosta de livrarias. Curitiba é um terreno interessante, com livrarias grandes, pequenas e as quase invisíveis – que parecem escondidas em Beco Diagonal. Circulo pelo centro da cidade e fico feliz cada vez que um nova livraria chega por aqui, não é só mais uma opção de compra ou comparação de preço, é mais um parque de diversões que invade o meu habitat.

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As crônicas que envolvem Curitiba envolvem também as livrarias – tanto as reais quanto as imaginárias. Quem não vai até a Livraria do Chain só para ver se Dalton Trevisan (foto) não dá as caras por lá? Eu mesmo já cheguei a seguir um velhinho nas imediações pensando ser o Vampiro. Soube agora que ele tem frequentado também a Arte e Letra – livraria que vou com frequência. É bem capaz que eu já tenha cruzado com o Dalton e nem tenha me dado conta. É bem capaz que eu já tenha cruzado com ele e ele nem tenha se dado conta de mim também. Parafraseando o Turco, é muito fácil ser invisível em Curitiba.

Nem toda ida às livrarias é para tietar. Dependendo de quem você encontre, é melhor correr, fingir que você não está lá, se esconder atrás de uma pilha de algum best-seller do momento – mas sempre segurando outro livro para ninguém pensar que você está lendo aquilo (Deus me livre!). E há, claro, as livrarias de shoppings. Algumas são bem interessantes. Outras têm só uma arquitetura moderna, que não te deixa ver um livro sequer. Gosto das livrarias que me envolvem, que me fazem sorrir quando penso em ir lá. Gosto de ir na Joaquim, no Solaris e gosto de pensar que logo irei à uma livraria que ainda não conheço. Eis a verdadeira biblioteca de Babel, com diria Jorge Luis Borges, um sábio.

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