Vai ficar em casa? Confira os últimos lançamentos em streaming

Fim de semana chegando e, dependendo do tempo, melhor opção é ver um filminho na televisão. Confira alguns lançamentos recentes dos serviços de streaming. Temos para todos os gostos: drama, terror, comédia, documentário, filme bom e filme ruim [pelo menos para mim].

Vamos lá?

🎞️ IMAGINÁRIO – BRINQUEDO DIABÓLICO [PRIME]

A pequena Alice tem no ursinho Chauncey o seu melhor amigo imaginário. Com esse nome de lorde inglês pedante de livro da Jane Austen, logo descobrimos que o ursinho é na verdade uma entidade maligna e tem intenções nada nobres com a família da menina.

O filme até começa bem e tem um (único) susto maravilhoso, mas o festival de clichês começa a se acumular num grau meio vergonhoso, terminando num clímax que mistura Poltergeist, O Labirinto do Fauno e O Babadook, mas só a parte ruim destes filmes. Veja por sua conta e risco.


🎞️ WILL & HARPER (2024) [NETFLIX]

Quando Will Ferrel descobre que um de seus melhores amigos é agora uma mulher trans, os dois decidem fazer uma viagem de Nova Iorque a Los Angeles numa jornada que é um misto de autoconhecimento e aceitação.

O filme poderia cair facilmente na tentação de ser a jornada de um homem cis rico e famoso no desafio de se identificar com sua amiga. Felizmente, o ator generosamente se coloca em segundo plano, e o que temos é uma mulher que busca compreender o mundo em que ela agora se insere – de que forma suas escolhas foram fundamentais para estabelecer quem ela é hoje e como o mundo passa a percebê-la.

Ainda que seja uma obra que transpira empatia e tolerância, fica claro que muito se deve a própria estrutura do documentário, que se mantém a uma distância sempre segura de qualquer tipo de conflito.

E mesmo que haja um excesso de encenação em detrimento de momentos efetivamente autênticos, é uma obra otimista e por vezes emocionante e que lida com a diversidade de forma absolutamente natural. Mas o que fica mesmo é o registro de uma amizade entre duas pessoas que compartilharam muitas histórias juntos, capazes de compreender e aceitar as diferenças de cada um sem cobranças ou ressentimentos


🎞️ DUAL (2022) [NETFLIX]

Este aqui tem toda cara de episódio estendido de Black Mirror: em um futuro próximo, as pessoas que estão com doenças terminais podem ‘comprar’ um clone, para diminuir a dor da família na hora da partida.

É assim que encontramos Karen Gillan, cuja personagem tem 98% de chance de morrer por conta de uma síndrome rara. Mas como a vida é uma caixinha de surpresas, ela acaba entrando nos improváveis 2% e se cura em menos de um ano. O problema é que sua clone, após este tempo, não apenas conquistou seu marido e até mesmo sua mãe, como se recusa a ser desativada. Agora, as duas precisam se enfrentar em um duelo até a morte.

A trama repleta de ironia e calcada no humor de constrangimento é registrada com um senso quase inglês na direção de Riley Stearns, cuja sobriedade, entretanto, deixa tudo sério demais, fazendo com que a sátira acabe ficando em segundo plano.

Ainda assim, a boa interpretação de Karen Gillan (com nuances sutis em seu papel duplo) e a discussão pertinente sobre como lidamos com nossa finitude valem a visita. E ainda tem o Aaron Paul numa ponta bem interessante.


🎞️ GAROTAS EM FUGA (2024) [PRIME]

🫠 O filme conta a história de duas amigas lésbicas que, tentando escapar de seus problemas pessoais, embarcam em uma viagem em direção a Tallahassee, na Flórida, onde vão encontrar a tia de uma delas que gosta de observar pássaros. Ou algo assim.

Essa jornada se complica quando elas percebem que o carro em que viajam tem um pacote tremendamente suspeito escondido – e passam a ser alvo de uma dupla de capangas bem atrapalhados.

Esta experiência de Ethan Coen como diretor solo, definitivamente não tem o brilho característico das colaborações de 40 anos com seu irmão Joel, mas tem um charme peculiar que vale a pena ser explorado.

Um dos principais problemas do filme é a sua indecisão em relação ao gênero que deseja abraçar. A narrativa oscila entre ser um road movie, uma história romântica e uma trama repleta de reviravoltas, como em Fargo e Queime Depois de Ler, por exemplo. Embora existam momentos hilários, diálogos bem trabalhados e pontas maravilhosas, a história genérica e sem inovações se torna outro fator negativo.

Em resumo, Garotas em Fuga é um filme que, embora apresente uma premissa interessante e alguns momentos divertidos, falha em se estabelecer como uma obra coesa. A falta de um foco claro e o excesso de lisergia limitam o impacto que o filme poderia ter, tornando-o uma experiência que, apesar de charmosa, deixa a desejar em termos de originalidade.

Mas tem Margaret Qualley, de A Substância ❤️. E Geraldine Viswanathan é um achado!


🎞️ A VÍTIMA INVISÍVEL (2024) [NETFLIX]

Para quem acompanhou qualquer podcast de true crime nos últimos anos, este documentário não traz absolutamente nada de novo. Por outro lado, dar finalmente voz à vítima é algo muito importante, principalmente quando se confirma o quanto o crime poderia ter sido evitado se as autoridades policiais dessem atenção à Eliza quando ela acusava o goleiro Bruno – e não a tratassem como mais uma garota em busca de fama e dinheiro. E é isso. Mas a história continua revoltante.


🎞️ LISA FRANKENSTEIN [PRIME]

O filme conta a história de Lisa [Katryn Newton surpreendentemente divertida], uma jovem introvertida e deprimida por conta da morte da mãe e da nova família do pai: uma perua deslumbrada [Carla Gugino, sempre ótima] e sua filha padrãozinho cheerleader. Para fugir dessa realidade meio incômoda, Lisa passa os dias em um cemitério local, trocando umas ideias com um rapz falecido lá no século 19.

O filme referencia diretamente as obras de Tim Burton, seja na esquisitice natural de seus personagens como na direção de arte, que capricha tanto no gótico quanto nas residências e ambientes coloridos de Edward Mãos de Tesoura.

É uma obra para não se levar a sério. Ainda assim, incomoda um pouco o fato de que Diablo Cody muda a essência de sua protagonista a cada cinco minutos: de jovem depressiva ela passa para cúmplice de assassinatos para porralouca sem noção para romântica incurável para adolescente vingativa (e vice-versa) de forma meio abrupta.

Com uma direção leve e descompromissada de Zelda Williams, Lisa Frankenstein tem o seu charme e consegue divertir com algumas sequências divertidamente mórbidas, ainda que essa displicência proposital de Diablo Cody perturbe um pouco.

E aí, curtiu essas dicas? Me siga na minha página no Facebook para mais comentários como estes!

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo