Dia 3 de julho, segunda agora, foi o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial. E, por incrível que pareça, a gente ainda tem que falar sobre isso. Há 72 anos, em 1951, o Brasil aprovava no Congresso Nacional a primeira lei contra o racismo. Mais tarde, na constituição de 88, o racismo passou a ser considerado crime inafiançável. E em 97, o crime de injúria racial foi incluído no Código Penal.

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Mas a gente sabe que a legislação não basta para acabar com o preconceito, a discriminação. É preciso ir além: educar, conscientizar as pessoas sobre respeito, sobre igualdade. Respeito à cor, gênero, religião, opinião… enfim, parece que a nossa sociedade tem vivido uma crise de valores, de falta de respeito e intolerância ao diferente.

É muito triste (e diria até inacreditável) que, em pleno século XXI, a gente ainda precise conviver com essa discriminação. Especialmente aqui no Brasil, onde mais da metade da população (56%, de acordo com o IBGE) é negra. Foi pensando nisso que decidi escrever essas linhas, contando um pouco de como o racismo se manifesta e o que a gente pode fazer para combatê-lo.

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Está aí, para quem quiser ver

Primeiramente, é importante saber que a manifestação do racismo pode acontecer de muitas formas, desde xingamentos, ofensas e piadas (que de engraçadas não tem nada) até o medo absurdo que algumas pessoas manifestam, por acharem que negros andando na rua são uma “ameaça à segurança”. Esses dias, por exemplo, uma atendente de loja me contou que uma cliente se recusou a ser atendida por ela, porque não queria “se sujar”. Inacreditável, né? Mas é real.

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E as estatísticas mostram que ainda precisamos avançar muito. Hoje, quase 80% dos desempregados são negros; apenas 18% das pessoas negras, mesmo com sistema de cotas, chegam à universidade; 67% dos trabalhos mais braçais, que não exigem qualificação, são realizados por negros. Enfim, eu poderia ficar aqui revelando 1.000 dados para mostrar que nosso país ainda não evoluiu como precisamos para ter uma sociedade mais justa e igual.

E na prática, o que se pode fazer pra melhorar essa situação?

Muita coisa! Mas vou deixar aqui 5 dicas básicas, que podem ser postas em prática agora mesmo:

  1. A primeira dica é se educar. Buscar conhecimento sobre os fundamentos históricos, sociais e culturais que contribuíram e contribuem, até hoje, para o racismo.
  2. A segunda é um convite a um exame de consciência. Já parou pra pensar nos seus próprios preconceitos? Naqueles que muitas vezes são até inconscientes?
  3. Fale sobre o tema, debata com familiares e amigos. Falar é importante, pois o tema muitas vezes ainda é tabu.
  4. Apoie pessoas que sofrem preconceito. Use sua voz para defender a igualdade e a justiça. E isso inclui intervir ou denunciar sempre que presenciar uma atitude racista.
  5. Com quantas pessoas negras você convive? Se a resposta foi nenhuma, ou poucas, é sinal de que você precisa ampliar seus círculos sociais. Conhecer pessoas de diferentes origens raciais e étnicas ajuda a quebrar barreiras, estereótipos, e aumenta a empatia.

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E encerro por aqui lembrando que o verdadeiro poder de uma sociedade se revela na união de cores, culturas, corações. Juntos, podemos romper as correntes do racismo e criar um mundo melhor, onde a igualdade brilhe mais forte que qualquer preconceito.

Bora, causar?


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