Assim como nas edições anteriores dos Jogos Olímpicos, que se comprometeram a ser mais sustentáveis, Paris também está seguindo essa tendência. A edição de 2024 está prometendo ser um marco não apenas na história do esporte mundial, mas também no que diz respeito à sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

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Desde a candidatura, a Cidade-Luz tem enfatizado o compromisso com a redução do impacto ambiental e as ações planejadas para este evento global refletem uma abordagem com proposta consciente que pode servir de modelo para futuras edições (acho que já ouvi isso antes…rsrsrsrs).

O óbvio precisa ser dito; que cuidados você tem na separação do lixo?

Uma das ações é o uso de infraestrutura existente para sediar as competições. Em vez de construir novas arenas e estádios do zero, Paris está aproveitando suas instalações já existentes, como o Stade de France e o Parc des Princes, além de estruturas icônicas como o Grand Palais e o Château de Versailles. Essa abordagem reduz significativamente os custos e minimiza a pegada de carbono associada a construções. (Boa, mas não estarei lá para conferir de perto)

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A mobilidade sustentável é outra área onde Paris 2024 promete se destacar. A cidade investiu massivamente em transporte público e soluções de mobilidade verde. A meta é que 100% dos espectadores possam acessar os locais de competição utilizando transporte público, bicicletas ou a pé. Para isso, uma frota de ônibus elétricos e um sistema de compartilhamento de bicicletas ampliado estarão à disposição, incentivando a população a adotar meios de transporte mais sustentáveis. (Se eu estivesse lá, eu aderiria! Espero que a moda pegue).

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A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 será um espetáculo à parte, destacando-se por sua realização no Rio Sena (foi tanta discussão sobre esse ponto que até a prefeita e o ministro, junto com mais alguns nadadores da federação francesa de triatlo resolveram mergulhar de cabeça no intuito de provar para o mundo que a despoluição do rio, que é um dos legados desses Jogos Olímpicos, foi alcançada com sucesso. (Será?)

Entretanto, a logística de acomodar milhares de espectadores e participantes ao longo do rio pode gerar impactos ambientais significativos, como a poluição da água e a degradação das margens do rio. O Rio Sena enfrenta desafios de poluição e saneamento que podem ser exacerbados pela realização de um evento de grande escala.

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Pela primeira vez na história dos Jogos, a cerimônia não ocorrerá em um estádio!!! Este cenário além de oferecer uma plataforma deslumbrante (um cartão postal de renome mundial) para a celebração, também simboliza o compromisso de Paris com a sustentabilidade e com a inovação.

A gestão de resíduos também está no centro das preocupações dos organizadores e visa alcançar uma taxa de reciclagem de resíduos de pelo menos 70%, implementando políticas rigorosas de separação e reciclagem em todos os locais de competição. Além disso, será promovida a redução do uso de plásticos descartáveis, com a substituição por alternativas reutilizáveis ou compostáveis.

A alimentação sustentável é outra prioridade. Os organizadores se comprometeram a oferecer alimentos saudáveis e sustentáveis, priorizando produtos locais e orgânicos. Os menus serão elaborados para minimizar o desperdício de alimentos e promover dietas equilibradas, com opções vegetarianas disponíveis.

No entanto, uma decisão que gerou controvérsia foi a inclusão do foie gras,(que significa fígado gorduroso) um prato tradicional francês. Apesar de ser um símbolo da culinária local, a produção de foie gras é criticada globalmente por práticas consideradas cruéis para os animais. A inclusão desse produto nos Jogos levanta questões sobre a coerência entre a promoção de sustentabilidade e o respeito ao bem-estar animal. Muitos ativistas argumentam que não se pode falar em sustentabilidade sem considerar também a ética na produção de alimentos.

Além das ações concretas, Paris 2024 está adotando uma abordagem educativa e de sensibilização. Programas de conscientização ambiental serão implementados antes e durante os Jogos, visando educar o público sobre a importância da sustentabilidade. A ideia é que o legado dos Jogos Olímpicos de Paris não seja apenas esportivo, mas também ambiental, inspirando futuras gerações a adotar práticas mais sustentáveis no seu dia a dia (olha o desenvolvimento sustentável aqui).

No campo da energia, Paris 2024 se comprometeu a utilizar 100% de energia renovável para alimentar as competições. Painéis solares serão instalados em diversos locais, e contratos de fornecimento de energia verde foram firmados para garantir que toda a eletricidade utilizada venha de fontes renováveis. Essa medida reduz a emissão de gases de efeito estufa e demonstra o potencial das energias renováveis em eventos de grande escala.

Por fim, a inclusão social está fortemente ligada às iniciativas de sustentabilidade dos Jogos de Paris. Projetos de infraestrutura objetivam não só a eficiência energética, mas também a acessibilidade, garantindo que todas as instalações sejam inclusivas para pessoas com deficiência. Além disso, parcerias com ONGs e comunidades locais estão sendo estabelecidas para promover a inclusão social e econômica, garantindo que os benefícios dos Jogos alcancem a população.

Um ponto a ser destacado e aplaudido pelo mundo todo é o apoio a um projeto que dá suporte a mulheres que sofrem traumas causados por violência sexual: “Les Kombattantes”, por exemplo.

De forma resumida, os Jogos Olímpicos de Paris buscam deixar um legado que transcende o esporte, inspirando mudanças permanentes e duradouras em práticas ambientais e sociais, que transita pelo universo da cultura corporal de movimento. Embora desafios significativos permaneçam, como a gestão do impacto ambiental do Rio Sena e a controvérsia em torno da alimentação sustentável, a determinação da cidade-luz em realizar uma edição exemplar dos Jogos são inegáveis.

Se bem-sucedidas, estas iniciativas poderão servir de modelo para futuras edições, assim como as anteriores, desde a primeira vez em que o tema ambiental teve evidência em Sidney, progredindo em Atenas (2004), Pequim (2008), Londres (2012), Rio de Janeiro (2016), Japão (2020) serviram de modelo à cidade-sede seguinte, incentivando a seguirem o mesmo caminho em seus eventos, posicionando-se como um farol para um futuro mais sustentável e justo.


>>> Eu sou Ana Zattar e comando o perfil @anacatacomigo no Instagram, que traz dicas de sustentabilidade e educação ambiental.