Plogging é uma modalidade de exercício físico originária da Suécia, que combina corrida ou caminhada com a coleta de resíduos. Já há algum tempo venho experimentando essa nova atividade enquanto caminhava nas ruas próximas de minha casa. Equipada com uma luva de borracha e uma sacola, decidi testar a essa nova prática.

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A princípio, me perguntei por que alguém se preocuparia em recolher os resíduos deixados por outras pessoas. No entanto, à medida que os dias passavam, percebi que podemos educar pelo exemplo e que mudar nossa perspectiva em relação às coisas que costumamos julgar pode não apenas nos melhorar como cidadãos, mas também impactar positivamente o mundo ao nosso redor.

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É o nosso modo de agir direcionados pelos ODS, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU mostrando que é possível fazer parte dessa mudança.

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Durante o percurso, o que encontrei me levou a refletir sobre a relação entre os resíduos coletados e o conceito de cultura corporal de movimento. Permita-me explicar meu raciocínio: a sociedade é moldada pelo comportamento de seus membros. Somos influenciados por essa mesma sociedade e nossos pensamentos, consumo e ações refletem o mundo ao nosso redor.

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Se alterarmos alguns desses elementos, o resultado certamente será diferente, pois se a sociedade “é como é” é porque as pessoas são como são – simples assim. Falando sobre os resíduos que encontrei ao longo do caminho, destaco um dos mais comuns: as pontas de cigarro. Infelizmente, são abundantes e se misturam à paisagem da cidade, poluindo o cenário depois de já terem causado danos silenciosos à saúde dos usuários, que as descartaram de forma inadequada. Cabe aqui um parêntese (solo não fuma, rua não fuma, mar não fuma e nem os rios fumam…).

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Outro destaque desagradável são as garrafinhas de plástico, que conquistam a segunda colocação nesse pódio um tanto sombrio. Embora seja importante se hidratar, por que as pessoas não carregam suas próprias garrafinhas reutilizáveis? E se precisaram comprar em uma loja, por que não as descartar corretamente?

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Hidratar-se é essencial, mas cuidar da natureza é igualmente importante! E se a garrafa foi usada para refrigerante, é válido repensar a quantidade de substâncias que não contribuem para a saúde do corpo. Isso é prejudicial para o corpo e para o meio ambiente. Segundo o médico cardiologista e nutrólogo Lair Ribeiro, para equilibrar o pH do sangue após consumir um copo de refrigerante, são necessários 32 copos de água.

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O terceiro tipo de resíduo que chamou minha atenção foram as tampinhas plásticas (aquelas das garrafinhas de água e refrigerante que mencionei antes). Isso relaciona as mesmas justificativas do resíduo anterior. Porém, cabe uma informação importante: esse simpático resíduo é um dos mais populares em campanhas socioambientais relacionadas principalmente à causa animal.

Grupos formais e não formais se unem para arrecadar e revender esse material que com seu recurso atenderá animais resgatados com castrações, vacinas, vermífugos, antipulgas, tratamentos mais específicos, dentre outros.

Ao final da caminhada, iniciei uma reflexão sobre a relação entre a cultura corporal, a qualidade dos produtos consumidos e o descarte inadequado dos resíduos gerados. Isso reflete a complexidade do mundo em que vivemos. Percebemos que cada ação humana não é isolada e que tem consequências e auto consequências.

Por meio do Plogging, pudemos constatar e concluir que devemos não só ter os cuidados com nossas práticas corporais, mas devemos também ficar atentos a tudo o que nos compõe, seja físico, social, cultural ou comportamental e o nosso planeta Terra.


Eu sou Ana Zattar e comando o perfil @ana_cata_comigo no Instagram, que traz dicas de sustentabilidade e educação ambiental.