Nessa semana os holofotes se voltaram ao show do Coldplay em algumas capitais brasileiras. Não consegui ingressos, mas consegui acompanhar pelas postagens compartilhadas por amigos nas redes sociais. Quisera eu ter ido para saborear a oportunidade de devolver a pulseira ao final do show, além de curtir cada detalhe da produção da banda, que se preocupa com eles há tempos.
A devolução do item que se tornou um dos mais cobiçados nessa turnê significa muito mais do que podemos imaginar. É mudança de paradigma, de mind set; é OPORTUNIDADE de fazermos diferente daquilo que talvez estejamos acostumados.
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Ouvi alguns comentarem: “Vou levar porque eu paguei caro nesse show”, ou “quero ter essa lembrança pra mim”. É hora de acordar! Não devolver a pulseira após o término do show só porque custou caro ou para ter de lembrança é não estar alinhado com a mentalidade e com a proposta da banda em questão. Devolvê-la, entretanto, é apoiar a causa. É fazer diferente para fazer a diferença.
Devolver a pulseira significa que estamos entendendo a proposta da sustentabilidade em todas as suas vertentes.
De acordo com uma entrevista dada à BBC em 2019 pelo vocalista da banda Chris Martin*, as turnês seriam suspensas até que achassem uma solução de um show mais sustentável e que trouxesse um significado aos fãs. Durante a pandemia o grupo trabalhou buscando essas soluções e em 2022, a banda voltou aos palcos com uma proposta de atitudes mais sustentáveis para todos: banda, público, fornecedores e a todos que participam direta ou indiretamente para que o show aconteça: um plano completo de sustentabilidade.
Confira algumas ações desse plano:
- Diminuição da pegada de carbono (emissão de CO2) evitando o uso de combustíveis fósseis, utilizando energia limpa e usando materiais sustentáveis.
- Quando possível, a equipe da banda e a banda utilizarão carros elétricos ou transportes com biocombustível.
- A banda ainda financia alguns projetos socioambientais e planta uma árvore a cada ingresso vendido, procurando reduzir a quantidade de CO2, buscando equilíbrio.
Além de ações ligadas diretamente ao meio ambiente, a banda ainda busca a inclusão e a acessibilidade, como a distribuição de coletes ou mochilas sensoriais, fones de ouvidos amplificados, além de intérprete de língua de sinais – basta o fã informar a necessidade no momento da compra do ingresso.
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Em cada cidade que chega, a banda disponibiliza ingressos a grupos de ativistas ambientais, portadores de necessidades especiais, moradores de ruas, dentre outros. Realmente, uma banda com alcance e voz para arrastar muitos com seu exemplo e sensibilidade, além de mostrarem ao mundo que é possível fazer diferente.
Por esses e outros cuidados da banda com seus fãs é que para também estarmos alinhados à proposta da sustentabilidade em sua totalidade (econômica, social e ambiental), devolver a pulseirinha é um ato de amor ao planeta, de amor ao próximo!
O Coldplay publica no próprio site o que em uma corporação seria chamado de política de sustentabilidade, prevendo medidas de reciclagem, consumo consciente e suporte a tecnologias verdes. Além de almejar cortar as emissões pela metade, firmou parceria com uma multinacional logística para minimizar efeitos negativos do transporte de cargas relacionado aos shows, desde biocombustível para o frete aéreo a veículos elétricos nas estradas.
O público se sente parte disso e quando a guitarra silencia, ele carrega um pedaço dessa inteligência ambiental para casa.
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A atriz Isabel Fillardis – é fundadora da ONG Doe seu Lixo, que busca reduzir o impacto dos resíduos no mundo
Leonardo DiCaprio – o ator foi nomeado pela ONU como Mensageiro da Paz pelas Mudanças Climáticas. Além de cuidar da Fundação Leonardo DiCaprio, luta pela proteção de florestas, oceanos e contra o aquecimento global.
Sting – O ativismo do vocalista da banda The Police vai além das músicas. Apaixonado pela diversidade ecológica do Brasil, Sting e já esteve no Brasil para cantar e reforçar o seu apoio ao movimentos ambientais. Ao longo de sua carreira, lançou vários os álbuns que trataram do descaso humano com a natureza, a exploração da mão de obra infantil, as consequências dos conflitos e a apatia perante as mudanças climáticas.
* Chris Martin é um dos embaixadores do Global Citizen, movimento que procura combater a pobreza e a miséria no planeta.
Ana Zattar comanda o perfil @ana_cata_comigo no Instagram e traz dicas de sustentabilidade e educação ambiental