Bar na divisa entre dois bairros de Curitiba homenageia AC/DC e atrai fãs do rock e do futebol

De fora uma tranquila casa vermelha na esquina da rápida Portão-Centro na movimentada Guilherme Pugsley. Já no interior do imóvel com portas venezianas, paredes forradas de quadros, discos, canecas e cachecóis, o Bom Scotch é um verdadeiro portal para um pub inglês em Curitiba. Fundado há 15 anos, o boteco abraça todos os públicos e tem até uma gata de estimação.

O responsável pela casa que teve até guia com mais de 500 títulos de DVDs para colocar clássicos da música é o Onório Cesar de Freitas, 51 anos, nascido em Curitiba. Fã incondicional da banda australiana AC/DC, o pai da Ingrid, do Gabriel e do Pedro, transformou o sonho de ser um astro internacional do rock em um botequeiro raiz.

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No Bom Scotch, a entrada direcionada para a Rua Morretes, no bairro Portão, já sinaliza que ao entrar porta, a imaginação e a visão serão contempladas com um cenário ideal para curtição. Com luzes vermelhas no balcão, paredes descascadas e caixas de cervejas de várias marcas em um dos cantos, o espaço ganha roteiro do desenho Caverna do Dragão, em que grupo de crianças entra em um mundo mágico, e conta com a ajuda do Mestre dos Magos para tentar voltar para casa. Vou dizer uma coisa, talvez o Onório venha a ser esse cara.

“Pessoal brinca com isso da Caverna do Dragão. Entrou pelo túnel e não vai embora tão cedo. Digo que é o Bom Scotch é minha vida, não digo que é sonho, pois queria ter uma banda de metal e tocar em Donington na Inglaterra, mas é um projeto que deu certo. É mais que um ganha pão, foram anos de dedicação e suor ao lado de pessoas que deram força e apoiaram. Amo isso aqui”, disse Onório. 

Nome em homenagem ao AC/DC

Em 2009, ano de fundação do Bom Scotch, o AC/DC reuniu no Estádio do Morumbi para uma única apresentação no Brasil. Eram 72 mil pessoas na turnê Black Ice, entre elas o Onório. O álbum é considerado para alguns o 2º melhor álbum do AC/DC, ficando atrás apenas do álbum “Back In Black”, lançado em 1980.

Na época, Onório com 36 anos deixava o trabalho em rede de farmácia como estoquista e gerente para dedicar ao balcão de bar. A escolha do nome não poderia ser diferente do caminho do rock. “Ter um bar já vinha sendo idealizado em meus pensamentos, sendo que o nome da casa foi inspirado no finado vocalista do AC/DC, o Bon Scott. Desde o início a ideia era ser estilo um pub inglês adaptado ao nosso meio com fortes influências da cultura britânica baseado em música e esportes, principalmente o rock e futebol. A tirada do nome peguei em uma revista”, explicou o dono do Bom Scotch.

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Com o aumento na procura pelo bar, os ambientes foram crescendo para dar mais exclusividade e comodidade aos clientes. A parte fechada conta com os clips musicais e jogos de futebol nas tvs com decorações pra lá de campeã. Do lado externo, são dois decks com um clima mais “abrasileirado” para conversar e dar aquele bizu em quem entra. “Foi uma ampliação interessante que agregou ao bar juntamente com o amplo cardápio de porções e sanduíches com destaque para pratos exclusivos da casa como o sonho salgado, o pastel mexicano e bolinho de aipim nos sabores siri e camarão”, afirmou Onório.

Visitas ilustres, guia de clipes e a gata Celeste

No Bom Scotch, a fama de ter um espaço democrático para curtir o bar atraiu artistas ao longo desses 15 anos. O destaque fica para Ricardo Confessori, ex-baterista das bandas Shaman, Massacration e Angra, e Dave Evans, primeiro vocalista do AC/DC.

Outro destaque que foi moda no “vermelhinho” foram os DVDs. Chegou a ser criado uma espécie de guia que ficava na mesa dos clientes. “Ainda tem gente que pede, mas é cada vez mais raro. Tenho uns 500 exemplares, os itens raros não trago para o bar. Tocava todas as letras do alfabeto, do A a z, ou seja de AC/DC a ZZ Top”, orgulha-se Onório.

Para ajudar o proprietário nessa missão árdua de cuidar de documentos históricos da música, Onório conta com a colaboração da Celeste. A gata que tem sua cama próxima ao balcão do bar virou “dona”. “Ela manda no bar. Um dia fui embora e ela foi junto. Ela é muita educada e só come ração. Temos uma grande conexão, ela é parceira e carismática. Ela é o quarto filho que tenho”, completou Onório, o pai da Celeste e dono da chave da Caverna do Dragão da divisa Portão/Água Verde.

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Serviço: Bom Scotch

Endereço: Rua Morretes, 347 – Portão, Curitiba.

Funcionamento: Terça a sexta das 17 horas até 1h00

Sábados: das 12h com feijoada até 1h00

Domingo e feriados: das 16 horas até 1h00

Instagram:bomscotch

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