Bar mega tradicional na Grande Curitiba é campeão em diversão

Imagem mostra uma bola 8, de sinuca, com jogadores ao fundo sorrindo.
Foto: Gustavo Marques/Tribuna do Paraná.

Um bar que dá vontade de morar. Com quase 70 anos, no Centro de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o Boa Vista Madureira é a perfeição para os fãs de um boteco raiz. Tem churrasco, sinuca, petiscos, batidas refrescantes, cerveja gelada, tiração de onda e muita história.

O Madu, como é carinhosamente chamado pelos clientes, foi fundado na Rua Capitão Tobias Pereira da Cruz, em 1955, pela Lídia e pelo Graciliano, avós do Matheus Cardoso da Silva, atual comandante do bar, e responsável por manter o legado em servir com simplicidade sem perder a excelência.

O início do comércio foi com uma mercearia em um cenário bucólico. Por estar no alto, Lídia e Graciliano eram contemplados com uma imagem bonita do ambiente, e deram o nome de Boa Vista para o empreendimento comercial.

“Eles chegaram em São José dos Pinhais e montaram uma mercearia com pão, leite, queijo, salame e cachaça. Tudo bem colonial. A vó conta que não tinha nada de cidade, e a vista era bonita”, disse Matheus.

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Após vários anos no batente, quem assumiu o balcão foi o Marisvaldo, filho do casal fundador do Boa Vista. Com a maior procura por bebidas e petiscos, o local foi aos poucos ganhando cara de bar. E no boteco, um nome diferente é motivo para apelido, Marisvaldo ficou mais conhecido como Madureira.

“Foi um jogador famoso de futebol e quando ele começou a trabalhar no bar, ganhou esse apelido. Ele ficou 30 anos aqui, e se afastou devido a um problema nas pernas, mas está sempre aqui, sigo conselhos e dicas”, comentou Matheus ao contar a história do pai.

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Com o fama da primeira e segunda geração do bar, a família decidiu unir os nomes e foi criado o Boa Vista Madureira. “O nome Madureira é mais forte, é o popular.  Muitos conhecem somente por Madureira em São José, os mais jovens chamam de Madu. Fui criado nesse ambiente, gosto dessa diversidade de pessoas e as histórias que a gente escuta no balcão”, brincou Matheus. 

Ataque de fúria no balcão e atletas da sinuca

Ao passar pelas mesas externas e entrar no bar, é como voltar ao passado ou viajar para o interior. Com um piso meio desgastado com o tempo, paredes azuis, prateleira forrada de garrafas e dois balcões brilhantes de madeira que sustentam chopeira, potes de rollmops, espetinho de ovo de codorna com vina e um baleiro com vários tipos de doces, o Boa Vista Madureira agrada todos os públicos, inclusive a gatinha Dora.

Ainda citando o balcão, que é lindo demais, além de marcas dos copos e arranhões, existe uma falha provocada por um ataque de fúria de uma mulher revoltada com a demora do marido em voltar para casa. “O quebrado aconteceu quando uma mulher deu um murro quando veio pegar o marido no bar. Imagine a raiva e a força dela? O balcão é dos tempos do vô e da vó, tiramos o motor devido ao alto custo na energia”, avisou Matheus.

Imagem mostra Detalhe no balcão foi causado por uma esposa em fúria.
Detalhe no balcão foi causado por uma esposa em fúria. Ficou para a históriaFoto: Gustavo Marques/Tribuna do Paraná.

No Boa Vista Madureira são quatro ambientes, sendo dois deles com mesas de sinuca. A arte de dar show no tapete verde e fugir do pacal é feita com maestria. Os “atletas” tem o taco próprio, e o desafiante coloca o nome ou apelido em uma placa antes de desafiar o ganhador do jogo anterior.

Quanto aos petiscos, o campeão é o bolinho de carne. Crocante, macio e bem temperado, é quase impossível comer um só. Em dias bem movimentados, a cozinha chega a preparar mais de 150 bolinhos. “É o carro chefe do bar na nossa estufa. Chegamos a vender 170 bolinhos, temos o frango e o torresmo que saem bem também”, contou Matheus.

Para acompanhar o bolinho de carne, a pimentinha da casa faz sucesso. Outra boa opção no Madu são as batidinhas preparadas pelo próprio dono. É um verdadeiro arco-íris do prazer!

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“O pessoal pedia muito e criei as receitas. São sabores tradicionais e produção nossa. É um sucesso tremendo e vendo até de litro. Combina demais com o bar com as opções morango, maracujá, coco e Amarula”, disse Matheus, filho da Dona Janete.

Responsabilidade e Futuro

Na terceira geração do bar, a responsabilidade de seguir com o legado da família não assustou o jovem Matheus. Acostumado desde pequeno a frequentar o boteco, o desafio é manter a essência raiz do Boa Vista Madureira.

“Eu abracei essa situação há 10 anos. É muito louco, vai aprendendo no dia a dia, não tem estudo que faz você aprender a lidar no balcão. Precisa ter um emocional muito bom, é uma aventura. Não considero um peso, gosto muito de estar dando essa continuidade”, relatou Matheus, neto da Lídia e do Graciliano.

Quanto ao futuro, a família analisa a possibilidade de aumentar o espaço interno, sem dar margem para a retirada de elementos essenciais do boteco como a sinuca e o balcão antigo. “A ideia é conciliar a turma da sinuca e o pessoal que costuma ficar no lado externo. Novidades no cardápio com porções diferentes, sem perder a identidade. Nosso lema é Amizade e Respeito, que nos rege em cada dia de trabalho”, comentou Matheus que conta com o apoio do Everton, Bruno, Camila, Simone e da Ana, uma equipe nota 10.

Serviço: Bar Boa Vista Madureira

Endereço: Rua Cap. Tobias Pereira da Cruz,1487 – Centro, São José dos Pinhais 

Funcionamento: Segunda à sexta das 14h até 00h00

Sábado das 13h até 23h

Instagram: barboavistamadureira

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