Uma explosão de brasilidade com chinelo no pé e cerveja na mão. Em Curitiba, o Na Feira Bar, no bairro Mercês, é o espaço em que a boa energia aliada à liberdade cultural para todos os bolsos comemora. É uma viagem que utiliza roda de samba, cadeira de praia e caixotes, tudo com a aprovação do mestre Zeca Pagodinho.

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O Na Feira Bar está localizado na Rua Padre Anchieta, importante via da cidade que atravessa alguns bairros com presença de ônibus biarticulado, carros e pedestres. Na esquina, a Praça da Ucrânia, um dos pontos preferidos das pessoas que residem em uma região considerada nobre na cidade.

E foi da Praça da Ucrânia, que está em reforma, que surgiu o nome do bar que está colocando curitibanos para sambar e exaltar a vida. Alexandre Senna da Costa Garcia, 30 anos, natural de Franca, no interior de São Paulo, é um dos responsáveis pelo empreendimento comercial com cara de Brasil, com jeitão de feira livre, pastel, bolinhos e barraquinhas com cores vivas. 

“Sou muito amigo do Afonso do Bar do Caramelo e do Sirene. Em dezembro de 2022, ele achou esse ponto que era um hortifruti. Um dia estava tendo a feira da Praça da Ucrânia e veio a ideia, usando como inspiração um bar de Londrina, o Japa, que tem a temática do Japão e estética de rua. Feira é o Brasil escrito, alugamos e vendemos o primeiro litrão em março de 2023. É nossa energia colocada aqui, pintamos e aplicamos os lambes nas paredes”, disse Alexandre.

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Vale citar que o Bar do Caramelo já apareceu aqui na Tribuna do Paraná, e atualmente o Afonso não faz mais parte da sociedade do Na Feira Bar.

“O Na Feira tem um jeito descontraído de viver. Demos vida para essa esquina na Praça da Ucrânia que estava abandonada, e virou um local incrível. É simples, acolhedor e muito amor. Tenho muito carinho, é cadeira de praia, chinelo no pé e cerveja na mão”, diz orgulhoso o Afonso do Bar do Caramelo.  

Bar sem mesas e ladeira do Zeca Pagodinho

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Ao entrar no Feira Bar, a freguesia abre a boca literalmente tamanha a novidade em uma pequena área demarcada com faixa de pedestre, engradados de cerveja, barracas vermelhas e brancas, cangas, banheiro químico, caixotes de frutas e verduras no espaço interno chamado carinhosamente Ladeira Zeca Pagodinho.

“Sou fã do Zé e tenho tatuagem dele. A gente tinha pensando no tema com casinhas, e uma amiga deu a placa da ladeira. A Marcella acertou em cheio no presente, não tinha nome melhor.  Dos caixotes, a gente tomou um golpe de R$ 350 de um anúncio que não entregaram. Aí começamos a pegar da feira, os feirantes vendem as frutas e deixam as caixas de madeira. Virou mesa ou banco para os clientes aqui, não temos mesa como em outros bares”, comentou Alexandre que sonha um dia acompanhar uma gravação de um artista do nível de Alcione, Zeca e outros, dentro do Na Feira Bar.

No cardápio do bar em Curitiba, a alimentação é de feira livre. Pamonha, bolinhos de feijoada ou carne seca, caldinhos, pinhão e pastel. “O pastel é o carro chefe, estamos também com o espetinho. A ideia também é ter almoço com feijoada e música. A parte interna do bar em Curitiba é bem utilizada, o samba lá dentro move as pessoas. É meu lugar preferido”, comentou todo orgulhoso o “feirante” Alexandre que tem a companhia do Thiago Jorge, José Mário, Lucimar e da Dayara no serviço.

Ainda citando a roda de samba que ocorre nos fins de semana, artistas curitibanos comprovam a cada apresentação que o ritmo brasileiro é especial, seja ele fora das divisas do Rio de Janeiro. “Curitiba tem ótimos sambistas. O movimento do samba junto com o resgate do Carnaval está ajudando isso. Uma coisa puxou a outra, o astral é esse da alegria dentro de um imóvel com mais de 50 anos”, reforçou Alexandre, que quase virou jogador de futebol profissional do extinto J. Malucelli.

Bar em Curitiba tem sonho e acesso à cultura

Apesar do pouco tempo de vida, o Na Feira Bar é exemplo de Curitiba que um bar pode possibilitar cultura para todos os públicos de graça. Crianças e adultos entram na mesma sintonia que a vida precisa ser contemplada sem prejudicar ninguém ou mesmo ter grana para curtir.

“Digo que tenho orgulho de estar ajudando de alguma forma em deixar as pessoas felizes. Tem gente que chora e agradece. É uma sensação que precisamos fazer mais pela cidade. A cultura precisa estar acessível para todos, é uma regra do bar. Não existe cobrança de entrada ou couvert, é promover acesso e de graça. Essa é uma bandeira que temos, proporcionar a liberdade de fazer música em Curitiba de forma democrática e acessível”, completou Alexandre.

Na Feira Bar

Endereço: Rua Padre Anchieta, 1300 – Mercês, Curitiba

Horários: terça à quinta das 17h até 23h30

Sexta e sábado: das 17h às 00h30

Domingo: das 15h às 22 horas

Instagram:nafeira.bar

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