Essa foi uma semana inquieta para o mercado dos livros em todo o Brasil. Sebos e livrarias resolveram decretar greve – para não dizer guerra – contra o site Estante Virtual, responsável pela venda on line de diversas obras. Insatisfeitos com os novos valores de repasse para a administração da página, 140 sebos de todo o país retiraram seu catálogo do ar, deixando um déficit de 3 milhões de livros, ou sejam, um quarto do acervo total do Estante Virtual.
O boicote aconteceu depois que o valor de repasse comissionado, feito pelos sebos à página, saltou de 6% para 8% e 12%, variando de acordo com a movimentação da livraria. André Garcia, o criador do Estante Virtual, disse em comunicado oficial enviado aos parceiros, que a proposta de mudanças teria partido dos próprios livreiros.
A “revisão de tarifas, assim como a redução das tarifas dos intermediadores de pagamentos e a desoneração das tarifas no frete foram pensadas a fim de onerar ao mínimo nossos parceiros, permitindo que essa nova Estante que vocês pediram, mais dinâmica, se materializasse. E ela traz de carona um aumento de vendas que no final das contas, mesmo com uma tarifa maior, gera mais lucro para os livreiros”, disse Garcia no e-mail enviado aos livreiros.
Marcos Ramos Duarte, proprietário da Joaquim Livraria, de Curitiba, está entre os livreiros que retiraram totalmente seu acervo do site. “Tirei totalmente no começo da semana e agora estou com 10% do que tinha antes e avaliando o que fazer”, desabafou. Segundo Duarte, há dois anos, 50% das vendas de livros de sua loja eram provenientes do Estante Virtual, no entanto, com a política a alternância de taxas, a representatividade do site caiu pela metade.
Solução
Para resolver a situação, os donos de livrarias e sebo pedem maior diálogo e a revogação imediata das novas taxas. Os novos valores cobrados pelo Estante Virtual impactam diretamente no preço final, repassado ao consumidor.
“Tentamos ter preços competitivos em nossa área de atuação, as taxas representam um aumento significativo em nossos custos e aí não há como manter os preços na venda pela internet”, completou Duarte.