Por que ler os clássicos?

Considerados por muitos como sendo livros ‘chatos‘ e ‘maçantes’, os clássicos da literatura mundial costumam servir de inspiração para muitas obras modernas e também um espelho da época em que foram escritos e publicados. O grande problema é a inadequação do público com a leitura desses livros.

Explico. É muito comum nas escolas os professores oferecerem aos alunos grandes obras brasileiras como Memórias póstumas de Brás Cubas (1880), de Machado de Assis (1839-1908), sem contextualizar o texto, ou seja, sem dizer o motivo pelo qual o livro foi escrito daquela forma, sem mostrar que a inspiração vem de Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert (1821-1880), por exemplo. Não é de se espantar que os adolescentes rechacem a leitura e vejam Machado como nonsense.

Quando a leitura não é fruto do prazer e vem com a rústica obrigação, é muito difícil despertar o desejo de um leitor sobre um escritor. A leitura dos clássicos deve ser feita de forma lenta e gradual, contextualizada e lapidada, deixando à mostra o que o autor usou para compor aquele enredo e o porquê. Para o escritor italiano Ítalo Calvino (1923 – 1985), clássico é aquele livro que constitui uma riqueza a quem o lê e é este sentimento que o permite ser amado por leitores – de geração em geração. E agora, qual é o seu clássico?

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