A vida de Euclides da Cunha (1866 – 1903) foi turbulenta e pouco convencional, mas ainda assim sua obra se sobrepôs aos fatos domésticos. Ao contrário do que aconteceu com Sylvia Plath, James Dean e Ian Curtis, que só tiveram algum reconhecimento após trágicas mortes, Euclides aproveitou em vida o sucesso dua maior empreitada: o épico Os Sertões, publicado em 1902 e fruto da cobertura que fez da Guerra de Canudos para o jornal “O Estado de S. Paulo”.
A importância do retrato feito pelo autor do conflito entre o povo de Antônio Conselheiro e o governo brasileiro é reafirmada em uma nova edição crítica de Os Sertões, que será publicada pela editora Cosac Naify entre setembro e outubro. Os trabalhos críticos ficaram a cargo da professora Walnice Nogueira Galvão, que levou nove anos para compor a obra.
A nova edição será composta de dois volumes que trarão, além do texto original revisado e revisto por Galvão, um ensaio fotográfico de Flávio de Barros sobre a Guerra de Canudos, um caderno de imagens e textos críticos de Gilberto Freire, Antonio Candido e Luiz Costa Lima.