Os 10 livros que todo estudante de jornalismo deve ler

O jornalismo – assim como a maioria dos trabalhos com a escrita – se aprende lendo. Por isso, selecionei 10 livros que considero indispensáveis para qualquer estudante de jornalismo – e também para os jornalistas que já deixaram passar essas pequenas pérolas.

Hiroshima – John Hershey (1946)

Vencedor do Prêmio Pulitzer, Hiroshima foi um dos primeiros trabalhos a explorar o Japão pós-guerra. O material foi coletado por Hershey na cidade que dá nome ao livro e conta o dia a dia de sobreviventes à bomba, retratando o antes e o depois do incidente. Hiroshima fou publicado pela primeira vez na edição de 31 de agosto de 1946 da revista New Yorker. Posteriormente, o autor voltou à cidade para conversar com os personagens.

A Sangue frio – Truman Capote (1954)

A Sangue frio, assim como Hiroshima, nasceu para ser uma reportagem, mas acabou por se tornar um dos pilares do jornalismo literário. Quando Capote foi convidado para escrever uma matéria sobre o assassinado da família Clutter, no Kansas, em 1959, ele já era um romancista renomado. Aos poucos, o escritor foi se envolvendo mais e mais no caso e suas “investigações” duraram 5 anos.

A Mulher do próximo – Gay Talese (1981)

Após mais de oito anos de pesquisa e um casamento quase arruinado, A Mulher do próximo se revela uma das empreitadas mais ambiciosas do jornalista norte-americano Gay Talese. O mote principal da outra é remontar a história da literatura erótica e das publicações como a revista Playboy por meio dos seus antessentes históricos.

A Feijoada que derrubou o governo – Joel Silveira (2004)

O texto que dá nome à coletânea de relatos de Joel Silveira mostra as articulações em um jantar para derrubar o governo de João Goulart. Mas o livro vai além e é um reflexo da política brasileira visto por um dos jornalistas mais brilhantes. O olha de Joel é lúcido, capaz de perceber os nuances da cena política como poucos fizeram.

Abusado – Caco Barcellos (2003)

Pérola do jornalismo literário contemporâneo, Abusado remonta o cotidiano do tráfico de drogas no morro Santa Marta, no Rio de Janeiro. A percepção de Barcellos vai além da situação que vê pela ótica jornalística, mas percebe também o poder que o Comando Vermelho tem sobre os moradores e a criação de um nova geração de criminosos.

Os Sertões – Euclides da Cunha (1902)

Muito antes de existir o termo “jornalismo literário”, o escritor Euclides da Cunha já transformava a Guerra de Canudos em um exemplo do gênero. O autor foi à Bahia cobrir o confronto e terminou por escrever uma das peças máximas da literatura e do jornalismo brasileiro.

O Diário de Anne Frank – Anne Frank (1947)

Nem jornalismo. Tampouco literatura. Como o próprio nome do livro deixa claro: trata-se do diário de uma adolescente que, junto com a família, foge dos nazistas e está escondida em uma casa. Antes de ser capturada, Anne Frank escreveu as suas impressões sobre o conflito e também retrata os dias de uma família judia à beira da morte.

Chatô, o rei do Brasil – Fernando Moraes (1994)

A biografia de Assis Chateaubriand rendeu a Moraes o prestígio que poucos biógrafos possuem – no Brasil somente Ruy Castro carrega o mesmo respeito. Sem meias palavras, o jornalista recria o cotidiano pouco ortodoxo de Chatô e suas artimanhas para construir um império que dominou a mídia brasileira por anos. Não é à tona que Chatô foi comparado a Charles Foster Kane, personagem do filme de Orson Welles.

Radical chique e o, novo jornalismo – Tom Wolfe (2005)

Lançado pela Companhia das Letras, o livro é um compêndio de textos de Tom Wolfe escritos entre as décadas de 1960 e 1970. Com um pé na vanguarda, o jornalista e escritor norte-americano narra histórias incríveis sobre o contrabando de bebidas e ascensão de um piloto de corridas e também a nova forma – para a época – de se fazer jornalismo. Os relatos são hilários e vertiginosos.

Na pior em Paris e Londres – George Orwell (1933)

Muito antes do sucesso com 1984 e A Revolução dos bichos, George Orwell passou por maus bocados nas capitais da França e da Inglaterra. Vivendo quase como um pedinte, o escritor narra no livro a sua experiência de penúria. A vida miserável que levou teve início em 1928 e durou pouco mais que um ano, mas foi o suficiente para criar uma obra devastadora.

Leia mais sobre jornalismo literário.

Leia aqui os 10 livros que todo estudante de direito deve ler.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo