O país do carnaval?

O Brasil é o país no Carnaval? Não sei, tenho lá minhas dúvidas, mas a questão não é bem essa. A coluna deste sábado vai relembrar um escritor que se propôs a colocar a brasilidade em sua obra: Jorge Amado (1912-2001). O baiano, assim com o gaúcho Erico Veríssimo (1905-1975), foi um dos poucos brasileiros que conseguiu viver de literatura no Brasil. Por mais que a academia ainda não reconheça a obra de Amado como canônica, ele é, até os dias de hoje, um dos mais populares do país.

Em parte, a popularização de sua obra se dá por conta das diversas adaptações para a TV e para o cinema. Gabriela, Cravo e Canela (1958) foi responsável por alavancar a carreira de Sônia Braga em novela exibida em 1975 e transformou a atriz em um símbolo sexual da época (mais recentemente, em 2012, ainda ganhou um remake com Juliana Paes vivendo Gabriela).

Capitães de Areia (1937) virou filme em 2011, com adaptação de Cecília Amado, neta do autor. Outra derivação icônica é Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966), que também ganhou as telonas em 1976, com a atriz Sônia Braga novamente no papel-título (e depois ainda se transformou em uma minissérie da Rede Globo em 1997, com Giulia Gam como protagonista).

Conhecido por expor a sensualidade da mulher brasileira, principalmente, da nordestina, Jorge Amado foi um homem de uma só mulher, a também escritor Zélia Gattai (1916-2008), com quem dividiu mais de 55 anos de convivência e teve experiências de invejar qualquer estrangeiro, como receber em sua casa o casal de existencialistas Jean-Paul Sartre (1905-1980) e Simone de Beauvoir (1908-1986).

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