O livro que causou mais suicídios que o fim dos Beatles

Uma onda de suicídios assolou a Alemanha em 1774 e o móvito era só um: Os Sofrimentos do jovem Werther. Quando Goethe (1749 – 1832) escreveu o livro, o autor de Fausto não imaginava que a obra se tornaria “maldita”. Werther se transformou em um sinônimo do poder da literatura sobre as pessoas.

Sua prosa avassaladora e realista foi fundamental para que os leitores se identificassem com os dilemas sentimentais do personagem e tirassem as próprias vidas.Outra proeza de Goethe foi ter arrebatado ninguém menos que Napoleão Bonaparte, que leu Os Sofrimentos do jovem Werther sete vezes e o tornou obra obrigatória para os soldados.

Muito antes de o suicídio ser “glamourizado” por Ian Curtis, morto há exatos 35 anos, Kurt Cobain e tantos outros ídolos pop, Goethe já havia alcançado o feito. Até certo ponto, o escritor alemão sentiu na carne o peso da pecha que carregava e precisou se explicar a respeito do teor de seu livro – sempre negando que sua ideia original era levar os leitores a atos extremos.

Aos poucos, as mortes deixaram de se restringir à Alemanha e pipocavam em vários pontos da Europa. Para alguns estudiosos, Werther causou mais mortes que o fim dos Beatles.

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