A morte de P. D. James nesta quinta-feira (27), aos 94 anos, é o fim de um ciclo: é também a morte do detetive Adam Dalgliesh. Ao lado de Agatha Christie (1890 – 1976) e Patricia Highsmith (1921 – 1995), James fez parte da “santíssima trindade” da literatura policial escrita por mulheres.
Com milhões de livros vendidos em todo o mundo, a obra de P.D. James aos poucos foi migrando para outras mídias, ganhando séries de TV e adaptações cinematográficas. Ao contrário do que muitas vezes acontece com o gênero, a escrita da inglesa era meticulosa e recheada de vigor intelectual.
Entre seus principais livros estão: Causas nada naturais, O Farol e Mente Assassina – todos lançados no Brasil pela Companhia das Letras. Além da obra literária, James também cuidou de registrar suas memórias e percepções sobre a literatura policial em Segredos do romance policial, publicado por aqui pela Três Estrelas.
O gênero
O romance policial sempre correu pelas bordas. Sempre. Mas, ao mesmo tempo, sempre teve admiradores fies, entre eles o escritor argentino Jorge Luis Borges, que ajudou a tirar o gênero do pântano subliterário em que estava enfiado.