E pouco a pouco, as editoras brasileiras vão se fundindo com grupos internacionais. Depois de a Penguin Random-House adquirir boa parte da Companhia das Letras e os selos adultos do grupo Santillana, incluindo a editora Objetiva, agora é a vez da Ediouro – que tem mais de sete décadas – integrar um conglomerado editorial, o HarperCollins Christian Publishing (HCCP).
A casa norte-americana é especializada em livros evangélicos e está de olho no mercado brasileiro – que só tem crescido nos últimos anos. Em terras tupiniquins, a Ediouro possuiu um selo especializado no assunto, o Thomas Nelson Brasil, que já uma parceria com a editora Thomas Nelson.
A ideia da coalisão entre a HCCP e a Ediouro é, justamente, aumentar a presença de autores norte-americanos no Brasil dentro do nicho “gospel”. Em comunicado enviado à imprensa, a Ediouro afirmou que “a taxa de crescimento da população evangélica no Brasil tem sido uma das maiores do mundo” e, por isso, é interessante mercadologicamente ter um braço por aqui.
A pergunta que fica é: Como pode a literatura se sustentar – e falo da literatura de verdade, não do entretenimento -, se cada vez mais ela é soterrada pelo desejo ganancioso de venda-venda-venda dos grandes grupos editoriais?